Faz mais de uma semana que terminei a trilogia Mass Effect, mas não consigo desgrudar dessa história. Não comecei nenhum outro jogo, apesar de ter comprado alguns, preparando-me para quando o fim da edição lendária chegasse.

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Foram 130 horas vivendo na pele da comandante Shepard, na companhia de improváveis heróis da galáxia, de diferentes espécies. Tentando incentivar a amizade entre eles, tirando ranços antigos, prometendo um futuro de paz e bebês alienígenas azuis.

Vista do planeta Rannoch, dos alienígenas Quarians
Vista linda do planeta Rannoch, dos alienígenas Quarians (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

Uma história intensa, como eu nunca imaginei que a história de um videogame pudesse ser. Um universo tão rico e tão instigante, melhor do que muita série de livros, de TV, de filmes, talvez o melhor de todos. Algo tão épico que é impossível não querer saber mais, impossível desejar deixar tudo para lá para começar outra história, com outros personagens.

Eu já venho me preparando para o fim da minha aventura com Mass Effect faz semanas. E aqui vão começar a aparecer alguns spoilers. Caso você nunca tenha jogado a trilogia, recomendo fortemente que você mergulhe nessa história. Depois você pode voltar aqui para a gente conversar mais.

A partir daqui tem spoilers!

Sempre que o jogo dava uma indicação de que estava no fim, eu já pensava no futuro. O que vou fazer sem Mass Effect? Este é daqueles games tão bons, mas tão bons que você se sente órfão depois de terminar. E esses jogos, pelo menos para mim, são raríssimos. Geralmente já quero começar outro logo em seguida.

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O terceiro game da série é bem pesado, triste. Começa com a terra sendo invadida pelas grandes máquinas que são os Reapers. E passa por muitos momentos de desespero. No início do jogo, achava que era impossível ganhar deles.

Esse sentimento de desesperança é compartilhado pelos personagens do game. O que fazer diante de uma ameaça tão grande, tão gigante, tão devastadora? É preciso toda a coragem que se possa encontrar no valente coração da Shepard e dos companheiros da nave Normandy.

Nave destruída em Mass Effect 3
Clima pesado de destruíção mesmo (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

E, como se não bastassem as gigantes máquinas destruidoras, surgem outras coisas para atrapalhar. Políticos. Guerras antigas. Ranços de uma espécie alienígena com a outra. E uma organização de humanos que parece querer o poder para si. União contra uma ameaça em comum nem sempre tem.

Mass Effect começa a se parecer com o mundo real. Muito, mas muito mesmo. Quantas vezes a gente já viu alguma iniciativa legal ser abafada por políticos? Ou organizações que só pensam no próprio umbigo e não se levantam para ajudar a acabar com uma ameaça óbvia global? E como ousam pensar mais em poder do que em união?

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Pesado é pouco. E só fica pior. Só fica mais triste. É o desespero de várias espécies alienígenas, que não veem uma saída contra as gigantes máquinas.

Missão no planeta vizinho Marte em Mass Effect 3
Missão no planeta vizinho Marte (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

Porém, nós podemos ser a mudança. A Shepard, mesmo nas piores circunstâncias, encontrou forças para continuar. Mesmo em meio a um mar de notícias horríveis, ela e sua trupe conseguiram pequenas vitórias. Conseguiram salvar um general importante para levantar a moral dos soldados. Conseguiram unir dois povos em guerra. Conseguiram descobrir algumas verdades.

Houve derrotas também. A pior delas, de cortar o coração, em Thessia, o planeta de origem das Asari, a espécie que mais me intrigou entre todas elas. O local que tanto significa para a Liara, a personagem com quem mais me importei. Ela em Thessia, triste com toda a destruição do planeta da espécie dela, pesou no coração.

Templo em Thessia em Mass Effect 3
Templo em Thessia, uma das missões mais tristes da saga (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

Na paz entre as máquinas Geth e os alienígenas Quarians, vieram lágrimas. Assim como muitas, muitas mesmo, antes da batalha final. No encontro com o Garrus, fiel companheiro desde o primeiro jogo.

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Aliás, antes da última batalha você tem a chance de conversar com todos os personagens que sobreviveram até aqui. É uma despedida mesmo. Comigo, não estavam mais o Thane, da espécie Drell, e os humanos Zaeed e Kaidan. Mas os demais puderam se despedir de mim. Miranda, Jack, Jacob, James, Ashley. E a Liara.

Retrato com os personagens de Mass Effect
A Miranda e o Jacob nada de irem na minha festinha (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

A coragem necessária para continuar não foi só da Shepard, precisa ser do jogador também. Porque você sabe que é o fim. E não tem ideia do que esperar.

Levei na última batalha a Liara e a EDI, a inteligência artificial que de tão inteligente criou personalidade e ficou querida e simpática. Não queria perder nenhuma das duas. Não queria perder a Liara e os futuros bebês azuis.

Em um último instante de batalha, as duas foram atingidas. As trocas rápidas de palavras foram dramáticas. Será que aquele seria a última vez em que elas estariam juntas?

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Liara e Comandante Shepard em Mass Effect 3
Vai ficar tudo bem, né, Liara? *snif* (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

Shepard, sempre na pura coragem, continuou. Conseguiu ir para luz. Encontrou o amigão Anderson e um já doutrinado Illusive Man. Por fim, encontrou o Catalisador. Destruí os Reapers. Ganhei? Acho que não. Liara ficou viúva e o nome da Shepard, entre os dos demais mortos. Que tristeza. Parece que tem um final que dá a entender que a comandante sobrevive, mas eu não tive êxito nessa empreitada.

O que o futuro traz é uma incógnita. Já li sobre o Mass Effect Andromeda e decidi não embarcar nessa. Há um ano, o estúdio Bioware lançou um teaser de um novo game da série. E parece que a Liara está de volta. Será que ela vai conseguir salvar a Shepard novamente?

Veja abaixo o teaser do próximo Mass Effect:

Não quero criar expectativas, já que as grandes mentes criadoras de Mass Effect não estão mais na Bioware. Mas gostaria muito de voltar a ser a Shepard e viver novas aventuras com meus companheiros da Normandy. Será que é pedir muito?

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