Com os preços dos videogames nas alturas, todo mundo gosta de levar um título massa na faixa. Muitas empresas oferecem algo nesse sentido. Nos videogames, tem a Games With Gold e a PS Plus. Quem joga no computador, geralmente dá uma olhadinha no que tem na Epic Game e Amazon Prime Gaming. O que eu quero refletir aqui é se a gente realmente joga esses títulos que nos dão de graça.
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Pode até soar bizarro. Afinal, por que você não jogaria? Por que você pagaria por algo gratuito? Mas aposto que você tem um monte de jogo na sua biblioteca que fez questão de pegar, mas não viu nem a tela de abertura. Por que a gente faz isso?
Essa prática de oferecer coisas grátis nos jogos às vezes tem um gosto ruim. Geralmente essas ofertas têm um prazo e, se você não tem muito tempo para jogar videogame, arrumar uma janela para baixar essas coisas ou mesmo para experimentar um título que você baixou pode parecer um esforço grande para encaixar na sua rotina.
Tenho às vezes a impressão de que somos movidos pela FOMO, aquela ansiedade de perder ou estar por fora de alguma coisa ou evento (em inglês é fear of missing out). Você baixa o jogo porque é de graça! Claro, uma superoportunidade. Você baixa porque é só por uns dias! Imagina se você perder, vai se culpar pro resto da vida! Você pega o jogo porque todo mundo pegou, porque todos os sites de games estão falando, porque depois o título vai ser pago e aí você perdeu!
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Para que tanta ansiedade? Fale a verdade: quantos jogos grátis você baixou e não jogou? Fora que todos esses lugares que “dão” títulos gratuitos geralmente têm uma pegadinha. Na Games with Gold, você pode ficar pra sempre com os games do Xbox original ou do Xbox 360, mas os do Xbox One só joga se continuar a assinatura.

A PS Plus é exatamente assim. É “de graça” enquanto você for assinante. E na Epic Games você tem que baixar o programa deles para jogar. Não vá me dizer que você acha agradável ter vários aplicativos no seu computador para poder inicializar todos os games que você tem.
Eu faço a mesma coisa que você. Enquanto fui assinante da Game Pass Ultimate, peguei loucamente todos os jogos da Games With Gold e só joguei um, o Injustice: Gods Among Us, um título de luta que você termina em uma tarde. Todos os outros que eu tenho, incluindo Indiana Jones and the Emperor’s Tomb, do Xbox original, e o clássico do Xbox 360 Dead Rising, não liguei uma única vez.
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Nem falo sobre a minha conta na Epic Games. Não joguei sério nenhum dos games que eu baixei. E continuo baixando. Peguei o Cris Tales esses dias, título do qual eu havia falado uma vez no boletim semanal do Pensando Sobre Games que vai ao ar na CBN Diário. E nem sequer instalei. Na Epic, só tenho já baixado o Torchlight II, jogo que tenho zero perspectiva de jogar em um futuro próximo e nem sei como é a abertura dele.
Enquanto isso, comprei recentemente o Metroid Prime Trilogy na loja do Wii U. E nem foi porque ela vai fechar, foi porque esse é o jogo que eu quero jogar neste momento. E estou focando nele, enquanto a biblioteca de títulos gratuitos continua sem a minha atenção.
Não tenho receita para lidar com tanto jogo grátis. Mas digo isto: se você não tem muito tempo para videogames, foque no que você quer e não faça só o que a sua FOMO pedir. Ter uma biblioteca de jogos que provavelmente você nunca vai jogar não é algo essencial para a sua vida. Não precisa pegar tudo que vier. Acho que você vai se divertir mais focando toda a sua atenção no título que você realmente está a fim de desbravar.
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