Um dos pontos negativos da cultura gamer que temos é a figura do fanboy. E é algo superestimulado para quem gosta de videogames. É simples: você escolhe um aparelho e o defende até a morte, seja Switch, Playstation, Xbox ou PC, atualmente.

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É incrível como esse comportamento é um dos pilares mais fortes da cultura gamer. Eu já fui muito fangirl. Porque é horrível quando um monte de gente, real ou virtual, vem dizer que o Wii tem gráficos horríveis e só velhinhos jogam. Claro, gente que jogou muito pouco o videogame, ou não conhece a biblioteca dele. Tem jogo de tudo quanto é tipo no Wii, você consegue encontrar algo legal, se o seu objetivo em falar mal dele não for o de exclusivamente ser agressivo e bobalhão.

Link em The Legend of Zelda Skyward Sword
Link tá chateado com quem fala mal do Wii e descontou a raiva na porta

E minha reação a tanta gente falando mal do Wii foi ser agressiva e bobalhona também. Legal a cultura fanboy, né? O tanto que já defendi a Nintendo nessa vida não tem nem explicação. Não tem, já que comecei com o Mega Drive, com a Sega, e sinto muita falta dessa empresa no mercado de consoles. E realmente prefiro o Mega Drive ao Super Nintendo, apesar de achar esse videogame da Nintendo incrível.

Não tem explicação porque eu adoro o Xbox e o Playstation. O PC ainda associo muito a trabalho, mas tem muitas vantagens também. Aliás, gosto demais do Xbox, da interface, dos exclusivos, do controle, que acho o melhor de todos.

Esse controle é confortável, viu

Do Playstation ainda carrego algumas mágoas, já que grande parte dos fanboys que encontrei e encontro até hoje e que odeiam a Nintendo são do time PS. Mas nada disso tem a ver com o Playstation, um videogame muitíssimo legal e com uma ótima biblioteca.

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O que segurava a minha fé em ser fangirl é que eu realmente achava que os jogos da Nintendo eram melhores do que os exclusivos dos outros consoles. E ainda acho. Porém, o que aconteceria se um game que me encantasse completamente e não fosse da empresa japonesa? Entra aí o Mass Effect.

Já escrevi tanto o quanto amei a trilogia que não vou me repetir aqui. Depois que terminei a edição lendária ficou um vácuo, que preenchi com quadrinhos do Mass Effect, tanto oficiais quando feitos por fãs, e já fiquei um tempão no Tumblr vendo desenhos dos personagens. Nenhum jogo que joguei depois da trilogia me causou mais do que 10% desse encanto.

Os alienígenas já ficaram cansados de entender o pensamento fanboy dos humanos (Foto: Reprodução/Mass Effect Legendary Edition)

E como fica a Joana fangirl agora? Resposta: não fica. Afinal, Mass Effect não foi feito nem pela Nintendo, nem pela Sony, nem pela Microsoft. E pode ser jogado em diversos consoles. E a teoria de que os exclusivos são melhores, algo no qual eu acreditava fielmente?

O que a Joana fangirl, e qualquer fanboy, precisa entender é algo bem simples, que de tão óbvio parece ridículo escrever: um bom jogo pode vir de qualquer lugar. Pode ser novo ou antigo. Pode ser da Nintendo, da Sony, da Microsoft, da Sega ou de qualquer outra empresa. Pode ter custo de produção altíssimo ou ser feito por uma única pessoa. O seu jogo favorito é seu, não precisa ser o de mais ninguém.

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Por mais que sejamos ensinados desde sempre a sermos fanboys e a amarmos os exclusivos e jogos de produção cara, saibamos que os games podem ser muito mais do que isso.

Já passou a Virada de Ano, mas desejo que em 2023 você, eu e todos os jogadores encontremos pelo menos um jogo que nos faça sonhar, que faça com que queiramos viver naquele universo. Seja esse game da empresa que for.

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