Vestida de Aloy, protagonista dos games Horizon Zero Dawn e Horizon Forbidden West, a catarinense Priscila Felippe Modolon, de 32 anos, venceu pela primeira vez o concurso de cosplay da Comic Con Experience 2022 (CCXP), em São Paulo. Ela conta à coluna por que a personagem a inspira. “Desde o início, gostei muito dela. Gosto de personagens com essa pegada, de personalidade mais forte”, diz.

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Conhecida nas redes como Pry Felippe, Priscila faz cosplay há cerca de 10 anos. Ela venceu o concurso na CCXP no início do mês, após ter tentado outras duas vezes. Em 2016, ela foi a Rainha de Copas de outro game, o Alice Madness Returns. Em 2020, foi a Merida, protagonista do filme de animação “Valente”.

“A Aloy tem que lutar para conseguir o seu espaço. Ela sofre preconceito por ser exilada e ninguém saber exatamente de onde ela é”, resume Priscila.

Aloy em Horizon Forbidden West
Aloy em Horizon Forbidden West (Foto: Sony Interactive Entertainment/Divulgação)

Fã da personagem, ela conta que já jogou Horizon Forbidden West, que saiu em fevereiro deste ano para PS4 e PS5. “Achei incrível, estou esperando o terceiro [game]”.

Ela explica melhor: “O segundo [jogo] é legal o final, mas a gente quer saber o ‘final final’. Dá muito a entender que a gente precisa de uma continuação. Mas foi uma jogada muito boa de fazer a gente querer esperar o próximo. É muito bonito, os novos bosses, as novas máquinas. Achei incríveis”.

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Conselhos

Além de elogiar as aventuras de Aloy, deu tempo também para Pry dar conselhos para quem quer começar no mundo do cosplay. “Se tu nunca fizeste, é bom começar com um personagem que tu gostes, mas mais simples”, resume.

É preciso um pouco de coragem também. “Para adquirir a confiança para pegar um projeto menor, o importante é não ter medo de errar. A gente erra muito, vai fazer muitas coisas erradas, pensa ‘podia ter feito melhor'”.

O cosplay não necessariamente precisa estar relacionado a concursos. “Tudo depende do teu foco. Tem muita gente que não participa de competição, só coloca a roupa porque gosta do personagem. Tem outros que gostam mais de fotografia, fazer ensaio, e tem a galera do concurso. Para quem gosta de concurso, tem que pensar na apresentação, montar um roteiro legal, para que quem não conheça o personagem consiga ter uma noção de quem ele é”.

Preconceito

Perguntei a Pry também sobre o preconceito que algumas pessoas parecem ter com o cosplay. Sabe quando alguém faz aquele comentário de “que esquisito” sobre alguém que está com uma fantasia massa de personagem?

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“Eu sempre falo como se fosse uma forma de arte, de expressão. O ator que está fazendo o Homem de Ferro, ele está fantasiado, mas você vai lá assistir ao filme dele. Por que vou desvalorizar o meu vizinho que está fazendo o Homem de Ferro?”, diz Pry.

Outra tática usada por ela é questionar a pessoa. “Você não gosta de assistir a jogo de futebol? Você não aplaude o jogador de futebol? É a mesma coisa que a gente. Eu gosto muito daquele personagem, quero homenageá-lo de alguma forma”.

Pertencimento

Além de poder celebrar um personagem querido, quem faz cosplay também tem o prazer de conhecer quem tenha o mesmo gosto, garante Pry. “Já vi muita gente tímida que, para conseguir conversar com outras pessoas, está de cosplay para se abrir mais. Às vezes ajuda a tirar esse medo de falar com outras pessoas”.

“O normal do ser humano é buscar lugares que a gente se enquadre. Se está de cosplay do Naruto e outra pessoas também está com cosplay de Naruto, isso já gera um motivo para conversar com mais pessoas. Proporciona muito isso, a possibilidade de conhecer pessoas”, resume Pry.

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