Na primeira visita regular a Blumenau desde que tomou posse, Jorginho Mello (PL) reuniu na sexta-feira (4) apoiadores e aliados de peso, no que foi interpretado como demonstração de força e prestígio do governador – em que pese o relativo distanciamento com a cidade ao longo do primeiro semestre de governo.

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Com ares de confraternização da direita regional, a agenda na Associação dos Municípios do Vale Europeu (Amve) teve secretários de Estado, prefeitos, deputados estaduais e federais (também de outras regiões) e o senador Jorge Seif (PL), além de empresários. E rendeu um prato cheio para análises e especulações do cenário político local.

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O auditório da sede da Amve, com capacidade para quase 180 pessoas, ficou acanhado para tanta gente. Nem todo mundo conseguiu entrar – houve quem teve que se contentar com o corredor do lado de fora.

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Entre os anúncios de investimentos do Estado na região, o cerimonial reservou a palavra a quase todos os políticos presentes. Apesar dos apelos por brevidade, a maioria das falas não foi curta e muitas extrapolaram o protocolo, no que soou como um ensaio para as eleições de 2024.

No caso de Blumenau, ao menos três pré-candidatos à prefeitura que devem disputar a preferência do eleitorado mais alinhado à direita marcaram presença: Maria Regina Soar (PSDB), nome natural da situação para a sucessão de Mário Hildebrandt (Podemos), o ex-prefeito João Paulo Kleinübing (União) e o promotor Odair Tramontin (Novo) – os últimos dois apareceram nas urnas em 2020.

Também estavam lá figuras com potencial para influenciar os rumos da corrida eleitoral, como os deputados estaduais locais Napoleão Bernardes (PSD), Egídio Ferrari (PTB) e Ivan Naatz (PL), este último sempre um nome cogitado para a disputa.

Naatz, aliás, deu a impressão de querer delimitar quem é da direita bolsonarista ao lembrar que Jorginho fez quase 50% dos votos para governador em Blumenau no primeiro turno das eleições, “embora alguns tenham trabalhado contra”. A alfinetada atingiu Hildebrandt, um dos líderes da frente regional de apoio a Carlos Moisés (Republicanos).

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Jorginho, por outro lado, adotou tom menos belicoso na maior parte do tempo. Ressaltou que a conclusão da primeira rodada do circuito de visitas a associações municipais contemplou os 295 prefeitos catarinenses e tratou de botar panos quentes sobre o fato de Blumenau ter ficado para o fim da fila.

— O prefeito Mário vai ser o último a ser atendido porque a gente deixa a maior cidade, a cidade polo, para o final, para ter uma conversa mais longa — disse a jornalistas na chegada à Amve.

À vontade, o governador transitou como alguém que sabe que carregar o carimbo de bolsonarista confere um capital político expressivo, que será disputado no ano que vem em Blumenau e região mesmo com o ex-presidente inelegível.

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