Uma carta de renúncia da vice-presidente da Unimed Blumenau, Irene Wiggers, desencadeou uma crise em meio às celebrações dos 50 anos da cooperativa, que tem cerca de 800 médicos cooperados e atende em torno de 120 mil beneficiários na região. No documento, enviado a um grupo de médicos, Irene diz que “persistir nesse ambiente tóxico está insustentável”.

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No texto, a médica, especializada em radiologia, diz que é integrante da cooperativa há 33 anos, 12 deles com participação direta ou indireta na gestão. Em tom crítico, ela alega que a entidade estaria sendo “tratada como objeto de disputa política e de poder pessoal por seus principais dirigentes”.

Irene diz que “faltam os princípios da boa governança” e que “princípios cooperativistas de equidade, gestão democrática, preocupação com a comunidade, neutralidade política, religiosa, de raça e gênero, incluindo aqui o tema tão atual da inclusão da diversidade, estão demasiadamente longe do que observo nas práticas da cooperativa”.

A médica diz se sentir “discriminada, obstruída e atingida pela misoginia no exercício das minhas funções como membro da diretoria executiva”.

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Contrapontos

A coluna não conseguiu contato com a médica para comentar o assunto na manhã desta quinta-feira (15).

A Unimed Blumenau informou à noite que recebeu o pedido de renúncia da vice-presidente durante reunião do Conselho de Administração e que “embora lamente, acata a decisão tomada”. A cooperativa também enviou uma nota com nove pontos de esclarecimento.

Entre eles, destacou que adota “uma gestão responsável e uma cultura organizacional pautada pela ética e pela transparência”, com “processos de governança corporativa, gestão de riscos, compliance e controles internos”. 

A Unimed também informou que 70% do quadro de colaboradores é composto por mulheres e que entre os princípios de governança “destacam-se a pluralidade, a inclusão, a diversidade, a responsabilidade social, a sustentabilidade, a liberdade política e de crença religiosa, repudiando todo tipo de discriminação ou preconceito”. 

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A cooperativa acrescentou ainda que “passa por auditorias externas periódicas para atestar a qualidade dos processos e da gestão”.

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