Maria Regina de Souza Soar (PSDB) está decidida a subir mais um degrau na carreira política. Pelo menos é o que a vice-prefeita de Blumenau demonstra ao afirmar “com toda a certeza” que é pré-candidata a prefeita da terceira maior cidade de Santa Catarina nas eleições deste ano. Ela reiterou a disposição em encabeçar um projeto durante encontro da cúpula do partido na segunda-feira (11). E reforçou a intenção em entrevista à coluna concedida em seu gabinete na quarta-feira (13).
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A construção de uma candidatura competitiva, no entanto, representa um caminho longo. No atual mandato, Maria Regina frequentemente ouviu o prefeito Mário Hildebrandt reforçar que Blumenau é governada a quatro mãos – um gesto de reconhecimento à parceira de chapa. O tabuleiro político, no entanto, pode pregar uma peça a ambos em 2024. Hildebrandt recém se filiou ao PL de Jorginho Mello, que também encaminhou a vinda do Egídio Ferrari. O delegado de polícia, em primeiro mandato na Assembleia Legislativa, é hoje o nome mais cotado para disputar a prefeitura com o apoio do governador.
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A conjuntura mexe nos planos de Maria Regina. A vice-prefeita diz que nunca houve um acordo selado com Hildebrandt para que ela fosse o nome da atual gestão para a sucessão. Por outro lado, também alega que, apesar de um ou outro rumor de que pudesse fazer parte do projeto de Jorginho, ainda não foi procurada pelo governador para falar sobre o assunto. O cenário pode desencadear uma situação inusitada: colocar Mário e Maria em lados opostos na disputa.
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— Será um desafio. Mesmo se a gente estiver em lados opostos, eu sempre vou prezar muito pelo respeito — prega Maria Regina.
Confira a seguir trechos da entrevista cedida pela vice-prefeita.
A senhora será candidata a prefeita neste ano?
Estamos passando por um momento de construção de projeto. Eu tenho um projeto iniciado e em andamento com o prefeito Mário, um projeto que ele mesmo tem reiterado durante a nossa trajetória pela prefeitura. Até esse momento não tive por parte dele nenhuma manifestação contrária, até por estar sendo feita esta construção em relação ao cenário político que se apresenta. Mas eu tenho reiterado essa posição de estar candidata a prefeita aqui na cidade.
É uma posição irreversível? A senhora não abre mão da cabeça de chapa?
Eu não posso dizer que é irreversível porque um projeto precisa ser muito bem construído, com pé no chão e responsabilidade. Uma campanha envolve vários fatores e não depende só de mim, depende de quem vai estar nesse projeto. É um projeto que a gente entende que tem que ser consolidado com várias outras vertentes que fazem parte de um processo político. Até junho, que é o mês que se definem os candidatos, muita coisa no cenário político pode mudar. Mas hoje eu te digo com toda a certeza que eu sou pré-candidata a prefeita.
Aproveitando a deixa, quem deve estar neste projeto com a Maria Regina?
É uma situação que eu ainda não consigo responder, até porque são muitas conversas. Hoje, no nosso governo, temos vários partidos na base, que fazem parte do governo Mário-Maria.
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A senhora e o prefeito Mário sempre pregaram um discurso de gestão a quatro mãos. Mantendo a candidatura, existe a possibilidade de vocês estarem em lados opostos nesta eleição. Como lidar com isso?
Será um desafio. Mesmo se a gente estiver em lados opostos, eu sempre vou prezar muito pelo respeito. Eu e o prefeito Mário conseguimos construir um governo a quatro mãos porque sempre respeitamos um ao outro e respeitamos o limite e os espaços de cada um. Ele sempre me deu muita abertura para atuar em todas as áreas dentro do governo, definindo alguns projetos sob minha liderança. E em tudo que faço dentro do governo me reporto ao prefeito. Foi dessa forma que conseguimos construir um governo a quatro mãos. Logicamente não é fácil a gente estar em dois projetos distintos. Mas eu tenho certeza que vamos prezar pelo respeito e por aquilo que for melhor para a cidade. Eu vejo que hoje tenho condições de colocar meu nome à disposição da cidade de Blumenau por todo o trabalho que eu realizei aqui ao lado do prefeito Mário e da nossa equipe de governo em todas as áreas.
Se esse cenário se confirmar, como explicar ao eleitor que duas pessoas que estiveram juntas ao longo de quatro anos estarão separadas nas eleições? Não parece estranho?
É estranho sim, mas em um movimento político as coisas realmente mudam. E a gente ainda precisa aguardar essa definição por parte do prefeito Mário também. A gente ouve muita coisa pela imprensa, mas temos conversado muito em relação a essas situações. Acho que, por parte dele, ele também ainda aguarda algumas confirmações desse projeto que está sendo construído (com o governador Jorginho Mello) para definir qual será o projeto de cada um, se a gente vai estar junto ou, não estando no mesmo projeto político, de que forma a gente vai administrar isso aqui dentro da cidade.
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Há movimentos do governador e do PL, que encaminhou a filiação do deputado Egídio Ferrari, e em algum momento se cogitou que a senhora poderia ir para o partido também. O que a senhora acha que faltou para viabilizar o próprio nome nesta construção que Jorginho tem feito em Blumenau?
Eu não sei o que faltou. Até porque o prefeito Mário, desde a primeira conversa com o governador Jorginho, colocou que o projeto que ele sempre defendeu e defende na cidade é eu estar como candidata. Não fiz parte dessas reuniões do prefeito com o governador e também não tive oportunidade de conversar com o governador sobre isso. Eu ouço que ele também tem o desejo que eu esteja neste projeto que está sendo construído por ele, mas até o momento ele não me procurou para conversar sobre.
A senhora acredita que essa procura ainda possa acontecer?
Não posso descartar essa possibilidade, até porque ele tem reiterado a importância do prefeito Mário estar ao lado dele neste projeto do PL. E o prefeito tem reiterado inclusive para o governador que eu seria a pessoa para sucedê-lo e defender o governo aqui na cidade. Como te falei, na política a gente não pode descartar nada nem fechar portas. A gente precisa ter a maturidade de sentar, conversar e avaliar o melhor cenário político e aquilo que for melhor para a cidade.
Houve em algum momento algum tipo de acordo entre a senhora e o prefeito Mário de um apoio na campanha eleitoral?
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Não, nunca tivemos um acordo selado. Eu assumi a prefeitura ao lado dele como vice-prefeita, mas não fechando acordo que eu seria candidata nesta próxima eleição. Isso foi construído com o tempo e com o resultado do nosso governo, a partir do momento que a gente percebeu que houve uma sincronia muito grande entre ele e eu, que a gente conseguiu fazer uma gestão em Blumenau com resultados positivos. Hoje temos quase 80% de aprovação do governo em algumas pesquisas internas que fizemos. Então é diante desse trabalho, de toda essa construção feita a quatro mãos, que a gente percebeu com o tempo que eu realmente poderia ter esta oportunidade de estar candidata aqui em Blumenau, até para dar continuidade a essa gestão exitosa que temos.
Como candidata, caso seja confirmada, a Maria Regina vai defender o legado da atual gestão, mesmo que um outro candidato esteja fazendo o mesmo, ou vai seguir caminho próprio?
Claro que eu vou defender, até porque eu faço parte desse governo. E tudo que a gente fez foi pensando em melhorar a vida das pessoas, um governo focado em realização, mas em especial naquilo que é melhor para as pessoas que moram e trabalham aqui. Eu não tenho nenhum motivo para falar contra a gestão.
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