Causou apreensão nos corredores da Furb a notícia de que o governo federal pretende liberar recursos para a compra da sede própria da UFSC em Blumenau. No “zum-zum-zum” dos bastidores, a leitura inicial é de que a medida teria potencial para enfraquecer o histórico pleito de federalização da universidade regional, a partir do momento em que abriria caminho para a expansão da federal catarinense na cidade – em um espaço maior, a UFSC teria condições de abrir novos cursos e atrair mais alunos.
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Representantes do Movimento Furb Federal receberam a informação com surpresa, apurou a coluna. Eles também ainda tentam entender a articulação que contemplou a UFSC, já que a verba para a compra da sede própria da federal não estava na lista inicial de projetos beneficiados informada pelo PAC Universidades.
A preocupação é alimentada pela situação da pauta em Brasília. No ano passado, a Furb entregou ao Ministério da Educação (MEC) estudos e levantamentos sobre o patrimônio da universidade, situação previdenciária dos servidores e demanda por vagas públicas de ensino superior na região. A “lição de casa” foi repassada pelo próprio governo federal, como condição para uma análise mais aprofundada do pleito.
Até hoje, no entanto, não houve parecer sobre a documentação enviada. A universidade ainda aguarda a formação de um grupo de trabalho com representantes do MEC para avançar com essa discussão em Brasília. Diante da notícia envolvendo a UFSC, o grupo deve se reunir nos próximos dias para debater os próximos passos da reivindicação.
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Os principais argumentos pró-federalização da Furb incluem as entregas feitas ao longo dos últimos 60 anos, com pesquisas, extensão e serviços de apoio à saúde pública, além da formação acadêmica de milhares de profissionais. Da universidade também saíram importantes agentes locais de transformação e desenvolvimento, como o Instituto Gene, hoje responsável pelo Centro de Inovação Blumenau (CIB), e o Centro de Operação do Sistema de Alerta (Ceops), fundamental em ações de mitigação dos impactos de enchentes.
A lista de contribuições dadas pela instituição à comunidade blumenauense e da região, no entanto, é muito mais ampla. Na avaliação de fontes ligadas à Furb ouvidas pela coluna, o avanço da UFSC poderia comprometer espaços hoje ocupados pela universidade regional, o que representaria uma ameaça ao patrimônio construído ao longo de seis décadas.
Opinião
No mundo ideal, o melhor seria que as duas coisas andassem juntas: a federalização da Furb sair do papel e a UFSC ganhar terreno ampliando as opções de cursos de graduação e pós em Blumenau. Ganharia não apenas a cidade, mas todo o Médio Vale do Itajaí com uma maior oferta e variedade de cursos gratuitos de ensino superior. Na prática, no entanto, a situação parece não ser tão simples.
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