A próxima cervejaria oficial da Oktoberfest Blumenau terá de pagar caro para ocupar o posto, vago com o fim do vínculo com a Eisenbahn – que abriu mão de participar da festa neste ano, mais tarde cancelada. A nova licitação que está sendo preparada pela prefeitura vai prever da vencedora da concorrência uma remuneração mínima próxima de R$ 2,55 milhões ao ano. Como o contrato valerá por seis edições e incluirá a Sommerfest, o investimento será de pelo menos R$ 15,3 milhões, sem contar correções inflacionárias ao longo do período.
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A título de comparação, a licitação lançada em 2014, vencida pela Brasil Kirin – então dona da Eisenbahn e mais tarde comprada pela Heineken –, exigia uma oferta mínima de R$ 1,1 milhão. Única a participar daquela disputa, a cervejaria apresentou na época uma proposta de R$ 1,5 milhão.
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A “inflacionada” na pedida é próxima de 130%. Ela pode soar excessiva, mas é proporcionalmente menor do que o crescimento do resultado financeiro da festa, que se valorizou nos últimos anos. Em 2014, a Oktoberfest registrou um superávit (diferença entre receitas e despesas) de R$ 1,7 milhão. Na última edição, em 2019, esse número subiu para R$ 5 milhões, um salto de 194%. As cotas de patrocínios também engordaram nesse período, passando de R$ 1,49 milhão para R$ 3,2 milhões, incremento de 114%.
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Os R$ 15,3 milhões mínimos a serem pagos incluem os direitos para exploração comercial da festa. Nesta conta não entram outras despesas da vencedora, como a decoração dos setores da Vila Germânica. Há ainda contrapartidas a serem cumpridas. A Eisenbahn, por exemplo, precisou tirar do papel um novo pavilhão. A próxima cervejaria oficial deverá construir um boulevard e um museu que contará a história da Oktoberfest, como a coluna já antecipou, num investimento inicialmente estimado em R$ 11 milhões.
O edital da licitação passa pelos últimos ajustes e, se não surgir algum contratempo, deve ser lançado já em agosto.
Concorrência
Dentro da prefeitura, a expectativa é de que haja maior concorrência na disputa desta vez. Além da própria Heineken, que poderia fazer uma nova investida, a Ambev já sinalizou interesse em retornar à Oktoberfest – a cervejaria, além de ter patrocinado a festa por muitos anos, escolheu Blumenau para manter seu centro de tecnologia.
Se mais de uma gigante estiver na briga, a tendência é de majoração na oferta mínima. Por outro lado, a capacidade econômica exigida praticamente enterra a possibilidade de alguma cervejaria artesanal local participar da concorrência.
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O cancelamento das duas últimas edições não deve afetar a imagem da Oktoberfest diante do mercado, apostam os organizadores. A edição de 2022, aliás, tende a ser histórica justamente para compensar esse hiato provocado pela pandemia.
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