A pataquada protagonizada por vereadores de Florianópolis, que aprovaram em tempo recorde a criação de um vale-alimentação de pouco mais R$ 1.000 para eles próprios, para depois voltarem atrás diante da óbvia repercussão negativa, é daquelas situações que realimentam o debate sobre o tamanho do duodécimo repassado pelo Executivo aos demais poderes – assunto que esfriou em Blumenau depois de alguma polêmica.

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Além de uma tremenda falta de sensibilidade, o episódio revela que ainda há áreas da gestão pública que ignoram a crise econômica e que se dão ao luxo de criar despesas sem a menor preocupação de que a fonte do dinheiro pode secar.

No caso da Capital, não haveria aumento no orçamento da Câmara para bancar o penduricalho. O vale-alimentação seria pago a partir dos recursos repassados anualmente pela prefeitura ao Legislativo – o duodécimo.

O que possivelmente ocorreria, ao final de cada ano, seria a devolução de um volume menor de sobras, que costumam ser aplicadas em áreas como saúde, educação e infraestrutura. Na prática, portanto, dinheiro público que poderia ser destinado a prioridades reais da população, se não fosse a pressão da sociedade, iria custear mais privilégios de gente que já ganha muito bem.

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