Troca de rusgas marca eleição previsível para a Câmara de Blumenau

O vereador Ailton de Souza (PL), o Ito, foi eleito presidente da Câmara de Vereadores de Blumenau em votação na noite desta quarta-feira (1º) que definiu a formação da Mesa Diretora para os próximos dois anos.

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O resultado foi previsível, já que Ito liderava um bloco que contava com o apoio de nove dos 15 parlamentares – ele próprio, Flávio Linhares (PL), Egídio Beckhauser (Republicanos), Bruno Cunha (Cidadania), Professor Gilson (União), Diego Nasato (Novo), Bruno Win (Novo), Silmara Miguel (PSD) e Cristiane Loureiro (Podemos). Ainda assim, a votação teve momentos de tensão.

O clima esquentou quando Almir Vieira (PP), que lançou uma candidatura avulsa – com apenas dois votos recebidos –, sugeriu uma suposta traição de colegas de base, já que sua indicação seria fruto de um acordo partidário costurado antes da eleição.

Vieira chegou a se referir diretamente a Bruno Cunha, que presidia os trabalhos no momento, ao falar que não admitia “falta de caráter e de palavra”.

— E uso como exemplo vossa excelência, que apertou a minha mão e disse: “você é meu candidato”. E da noite para o dia mudou — disparou o progressista.

— Respeito democraticamente o momento do vereador Almir e não vou fazer disso aqui uma baixaria — retrucou Cunha ao final do pronunciamento.

Antes, Adriano Pereira (PT), que lançou uma candidatura avulsa para a vice-presidência da Casa, conquistando quatro votos, também alfinetou colegas que integraram o bloco. O petista alegou que, em disputas anteriores, retirou o time de campo em nome de uma construção coletiva que beneficiou outros parlamentares.

— Colegas que estão nesse chapão, muitas vezes com meu voto foram ajudados, vereador Egidio, vereadora Cris, vereador Ito, vários. Me lembro quando retirei meu nome para ajudar o Gilson e o Bruno, em vários momentos tive humildade para a gente ter uma construção coletiva. O Partido dos Trabalhadores contribuiu na vitória e na ascensão desses colegas aqui nesta Mesa, o que não houve dessa vez — discursou Pereira.

Como a disputa pelo comando da Câmara – e da privilegiada cadeira de terceiro na linha sucessória municipal – não foge à regra, a eleição deixará rusgas e redefinirá o alinhamento de forças dentro do Parlamento. O governo Egidio Ferrari (PL) terá em Ito um aliado na condução do Legislativo, mas com a sombra de Diego Nasato (Novo), que ficou com a vice-presidência e é um nome considerado de oposição.

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