A Tex Cotton conseguiu na Justiça suspender o pagamento pelos bens que pertenciam à Sulfabril. A juíza Quitéria Tamanini Vieire Peres autorizou, em decisão publicada na semana passada, que a empresa quite as parcelas dos meses de abril, maio e junho a partir de julho, salvo deliberação contrária.

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Na ação, a Tex Cotton alegou que a pandemia do novo coronavírus trouxe prejuízos financeiros à empresa – o setor têxtil é um dos mais afetados na região – ao justificar o pedido pela prorrogação. A magistrada reconheceu os impactos da crise sanitária na economia e considerou que os valores das parcelas podem ajudar a empresa a enfrentar os momentos de restrição que tendem a ser instalar nos próximos meses.

“Destaco que não se trata apenas de uma benesse concedida à arrematante, mas sim uma medida que tem por objeto auxiliar na manutenção da continuidade das atividades da arrematante e dos empregos por ela gerados, tudo em atenção à função social da empresa”, anotou a juíza.

O presidente da Tex Cotton, Sergio Ferrari, diz que o pedido de suspensão foi apenas uma das medidas adotadas para enfrentar a situação. A empresa não escapou das demissões: desligou cerca de 80 funcionários, mas com a promessa de trazê-los de volta quando o cenário se normalizar – o que o empresário torce para que aconteça ainda neste ano.

— Devido aos acontecimentos, o impacto negativo é inevitável, e isso faz com que tenhamos que mudar as estratégias e reavaliar algumas questões — conta Ferrari.

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A Tex Cotton arrematou bens da antiga Sulfabril em um leilão realizado em dezembro de 2018. Desde então, vem reformando o complexo instalado na Rua Itajaí, para onde está transferindo suas operações. Boa parte da área industrial da companhia já opera no local.

Aliás

A Tex Cotton não foi a única a acionar a Justiça pedindo a suspensão de pagamentos. No começo de abril, o juiz Orlando Luiz Zanon Junior, da 5ª Vara Cível de Blumenau, já havia autorizado, com argumentos semelhantes, o Grupo Paraíso a prorrogar as parcelas da compra do Grande Hotel.