Parte do patrimônio que pertencia à Cristal Blumenau, ícone da era de ouro dos cristais fabricados na cidade, vai a leilão ainda neste ano. O pacote inclui o terreno onde a fábrica funcionava, na Rua 2 de Setembro, avaliado em R$ 7,1 milhões – são três matrículas diferentes –, e a marca homônima avaliada em R$ 980 mil.
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O primeiro leilão deve acontecer no dia 18 de novembro. A data foi sugerida pelo leiloeiro Jorge Nogari dos Santos, nomeado pela Justiça para conduzir a alienação dos ativos, e ainda precisa ser oficializada. Nestes casos, no entanto, é incomum haver algum tipo de objeção do juízo responsável pelo processo.
Outras duas chamadas foram sugeridas para os dias 2 e 17 de dezembro caso o primeiro leilão termine sem ofertas, o que é bastante comum em processos de falência – nestes casos, os lances mínimos pelos bens costumam baixar de valor.
Os valores do terreno e da marca foram alvo de um laudo apresentado à Justiça. Este mesmo documento também avaliou três veículos que integram o patrimônio da massa falida – uma Parati, um Chevette e uma Brasília. Os carros, no entanto, são antigos, sem valor de mercado e não devem entrar no pacote.
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O edital completo do leilão deve ser disponibilizado quando a Justiça oficializar as datas.
Fotos mostram situação da antiga fábrica
Relembre a história da empresa
A Cristal Blumenau surgiu em 1967 e inicialmente se chamava Cristais Estrela D’Alva – o novo nome foi adotado em 1972. Depois de anos dourados, sobretudo na década de 1980, quando recebia a visita de clientes de todo o Brasil, a empresa, assim como todo o setor de cristais, sentiu os efeitos da abertura do mercado. A chegada ao país de copos e taças importados de vidro, mais baratos, altos custos de produção e carga tributária elevada pesaram contra.
A empresa chegou a anunciar o encerramento das atividades e a encaminhar um pedido de autofalência no início de 2018, depois de já ter cogitado a medida outras vezes. Na época, a Cristal Blumenau já tinha dificuldades para pagar em dia os cerca de 150 funcionários. Uma nova diretoria, no entanto, tomou posse para tentar resgatar o negócio.
A loja de fábrica chegou a ser reaberta e a produção foi retomada em abril daquele ano, mas não durou muito tempo. Alguns meses depois, em outubro, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, que foi negado pela Justiça.
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Com a falência decretada em 2022, a Cristal Blumenau segue o mesmo caminho de outras empresas do ramo, como a Strauss, que tinha 200 funcionários e fechou as portas em 2016. Antes, em 2009, a Cristais Hering também já havia encerrado as atividades, à época com 180 funcionários.
Fotos mostram como era a produção da empresa antes da falência
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