Uma tecnologia que promete revolucionar a maneira de fazer negócios no mercado imobiliário está desembarcando em Santa Catarina. A netspaces, plataforma para criação, transação e gestão de propriedades digitais, começou a disponibilizar seu programa de tokenização para empresas do ramo localizadas em Itajaí, Porto Belo e Grande Florianópolis. Em breve ele chegará também a Balneário Camboriú, dona do metro quadrado mais caro do Brasil.
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Este recurso permite que construtoras e incorporadas façam transações imobiliárias em ambiente digital protegidas pela tecnologia blockchain (armazenamento de dados em blocos interligados, que garantem mais segurança às informações). Isso ajuda a agilizar vendas de imóveis em relação ao procedimento comum, que passa por etapas burocráticas em cartório. É como se fosse criada uma espécie de chave digital (token) dentro da matrícula do imóvel, explica Andreas Blazoudakis, fundador e CEO da netspaces.
Blazoudakis também é um dos fundadores da Movile, empresa que investiu e ajudou o iFood a se tornar uma potência no Brasil. Assim como o aplicativo transformou o mercado de delivery, ele acredita que a tokenização pode fazer algo semelhante no mercado imobiliário.
— A internet se espalhou por todos os setores da economia, mas uma coisa ainda está de fora, que são as propriedades — considera ele.
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Ao digitalizar um imóvel, os direitos relacionados a ele ficam materializados em um token em uma carteira digital. Com isso, ele poderá ser dividido em várias partes, cedido ou vendido por contratos inteligentes direto na plataforma. Os proprietários digitais de imóveis locados recebem seus aluguéis diretamente nas suas carteiras.
A blockchain, tecnologia que suporta a plataforma da netspaces, garante que as transações sejam rastreáveis e estabelece contratos inteligentes que automatizam a verificação de informações, gerenciamento de garantias e processamento de pagamentos. Isso diminui a intervenção humana durante a jornada e também reduz a probabilidade de erros.
Este modelo de tokenização serve tanto para o público que tem pouco dinheiro – ajuda, segundo Blazoudakis, a democratizar o acesso a imóveis – quanto para aqueles afortunados, que têm no mercado imobiliário um setor menos volátil que o de capitais, por exemplo. Por isso, o empresário acredita que esta nova alternativa pode vir a se tornar um dos principais ativos da carteira de investidores.
O sistema de tokenização imobiliária já está presente em 85 cidades. O “corte” neste primeiro momento envolveu cidades abaixo de um milhão de habitantes, onde a inovação é mais requisitada, avalia Blazoudakis. É como se fosse um “estágio” antes da entrada nos grandes centros, admite o empresário. Depois do Litoral catarinense, praças como Blumenau e Joinville devem ser contempladas com o recurso a partir de 2025.
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Aliás
A tokenização imobiliária não vai substituir os bancos, incorporadoras e serviços de cartório, diz Blazoudakis. A ideia é ser um braço de digitalização para agilizar processos de financiamentos, aquisição, doação, fração e transação de imóveis.
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Fonte: The Skyscraper Center