A suspensão da Oktoberfest Blumenau diante da ameaça de enchente é inédita. Ao longo dos últimos 39 anos, não há precedentes de que a festa em algum momento precisou ser interrompida por qualquer motivo que seja – nem mesmo em 1990, quando a cidade vivia o luto de uma enxurrada que deixou 21 mortos no Garcia. Em 2020 e 2021, a crise sanitária da Covid-19 impediu que os festejos sequer começassem. Não houve, portanto, paralisação.
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Fechar a Vila Germânica a partir de sexta-feira (6) é uma decisão dolorosa, por atingir o ego do blumenauense, e ao mesmo tempo difícil, porque a festa envolve interesses diversos, principalmente econômicos. Por outro lado, é coerente com o discurso da atual gestão.
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Durante a pandemia, Blumenau chegou a ser mais restritiva do que outros municípios para tentar frear o avanço do coronavírus. Houve críticas e o prefeito Mário Hildebrandt (Podemos) foi duramente cobrado por comerciantes e lojistas. Mas não abriu mão do discurso de zelo pelas pessoas.
No fim, a cidade se destacou nacionalmente com uma das menores taxas de mortalidade provocada pela doença. Apesar dos tropeços e algumas inevitáveis baixas, a economia de uma maneira geral sobreviveu. E a vida seguiu.
Ao contrário do vírus, a enchente é uma adversária antiga, para a qual há armas conhecidas e disponíveis para enfrentá-la. Durante a pandemia, a gestão de Blumenau colocou a ciência acima dos achismos. Agora repete a crença ao sustentar a decisão na meteorologia e nos alertas da Defesa Civil, que apontam fortes chuvas para o fim de semana.
Se a suspensão é pouco usual, há outro componente que pode fazer dessa edição igualmente histórica. A Oktoberfest Blumenau já está oficialmente prorrogada até o dia 29 de outubro. Se retornar na próxima quarta-feira (11), como prevê a prefeitura, a festa de 2023 terá no fim das contas 21 e não 19 dias. É tempo a mais para celebrar e deixar para trás o que acontece agora.
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