Morreu na tarde desta segunda-feira (11), aos 75 anos, o engenheiro Sergio Correa, ex-governador do Distrito 4650 do Rotary Club e um dos antigos diretores do Centro Eletrônico da Indústria Têxtil (Cetil), sociedade criada no final da década de 1960 para processar dados de empresas do ramo e que acabou dando origem ao polo de informática de Blumenau.

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Correa já estava com a saúde debilitada por causa de um Alzheimer. Ele estava hospitalizado e não resistiu a complicações provocadas por uma bactéria na corrente sanguínea. O corpo será cremado e a despedida ocorre entre às 8h e o meio-dia desta terça (12) no Crematório Neuhaus (antigo Vaticano), na BR-470. Em nota, o Rotary Hermann Blumenau, do qual Correa era sócio-honorário, informou que a cerimônia seguirá determinações do protocolo de prevenção à Covid-19, com limitação de presença de cinco pessoas por vez.

Natural de Canoas (RS), Correa concluiu em Porto Alegre, em 1964, um curso para computadores de segunda geração. Como ainda não havia ensino superior em processamento de dados na época, optou por estudar Engenharia Eletrotécnica. Tornou-se programador no Unibanco e, mais tarde, no início dos anos 1970, recebeu um convite para vir a Blumenau integrar a equipe do Cetil como analista de sistemas.

Em uma entrevista que fiz com Correa em 2010, ele revelou que o plano inicial era ficar por dois anos em Blumenau e depois partir para São Paulo. A tranquilidade da cidade e a oportunidade de crescer em uma nova empresa, no entanto, o fizeram ficar.

Correa já se destacava no Cetil quando os fundadores Décio Salles e Ingo Greuel reorganizaram a estrutura societária da empresa e criaram as diretorias comercial, de Produção e de Sistemas, que foram entregues a profissionais de comprovada capacidade para controlar. Correa acabou assumindo a função de diretor de Produção.

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— Nós tínhamos um clima de família. E o interessante é que não tínhamos um modelo de negócios a seguir, porque era um segmento que pouca gente conhecia. Tivemos que ir criando tudo. Isso exigiu muita criatividade. Cada um de nós (os cinco diretores) tinha um determinado tipo de personalidade. E conseguimos chegar a um equilíbrio que fosse bom para o Cetil — lembrou Correa naquela entrevista.

Correa também teve participação em um processo de recadastramento de estrangeiros que viviam no Brasil na década de 1980. O Cetil, na época, venceu a licitação aberta pelo Ministério da Justiça. Para prestar o serviço, a empresa precisou dominar a técnica de impressão a laser, que não era disseminada no país – que passava por reserva de mercado.

— Passamos por dificuldades imensas. Quando havia a necessidade justificada de se importar determinado equipamento, era preciso preparar um projeto extremamente detalhado e muito complexo e submetê-lo à aprovação da Secretaria Especial de Informática. Neste caso do recadastramento dos estrangeiros, como o interesse era do próprio governo, as coisas foram mais fáceis — recordou Correa.

Além do Cetil, o engenheiro também passou pela Haco antes de se fixar na área de eventos.

Legado social

Correa também dedicou 27 anos da vida ao Rotary Club. Foi presidente do clube Hermann entre 2001 e 2002 e governador do Distrito 4650 entre 2006 e 2007. Segundo a instituição, ele contribuiu com a fundação de vários clubes. Correa também era integrante atuante do CTG Fogo de Chão e incentivador da música e da tradição gaúchas.

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