Em meio a tensões diplomáticas e ambientais, o fim da semana reservou notícias um pouco mais animadoras para a economia. A primeiro veio na quinta-feira, quando o IBGE divulgou que o PIB brasileiro cresceu 0,4% no segundo trimestre, contrariando o IBC-Br, uma espécie de prévia do indicador, que havia apontado redução de 0,13%.
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O bom resultado foi puxado pela indústria, que registrou avanço de 0,7% no período. O setor de serviços cresceu 0,3%, enquanto a agropecuária recuou 0,4%. O desempenho não apenas evitou que o país entrasse em recessão técnica – quando a soma das riquezas produzidas cai por dois trimestres seguidos –, mas também injetou nova dose, ainda que moderada, de otimismo no mercado.
A segunda boa notícia veio na sexta-feira. Segundo o mesmo IBGE, o trimestre terminado em julho revelou queda de 0,6 ponto percentual na taxa de desocupação no Brasil, que recuou para 11,8% – apesar de ainda existirem 12,6 milhões de brasileiros desocupados. O indicador, porém, foi puxado pelo mercado informal. Tanto o número de empregados sem carteira assinada (11,7 milhões) e de trabalhadores por conta própria (24,2 milhões) bateram novo recorde: altas de 3,9% e 1,4%, respectivamente.
Esses dois dados, apesar de sinalizarem uma pequena recuperação na renda, indicam crescimento na precarização do trabalho, o que é ruim para a própria economia. Sem a estabilidade de um emprego garantido em carteira, as pessoas tendem a segurar gastos, fazendo com que roda de consumo gire menos e baixando a demanda da indústria, do comércio e do setor de serviços.
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