Santa Catarina tem uma nova empresa bilionária. A têxtil Lunelli, com sede em Guaramirim, atingiu a marca de R$ 1 bilhão em faturamento bruto nos primeiros dez meses de 2021. É a primeira vez que a companhia rompe a barreira do bilhão – o melhor resultado até então havia sido em 2019, quando a receita operacional somou R$ 891 milhões. Um ato simbólico nas unidades da empresa nesta terça-feira (26) celebrou um feito que é para poucos.
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> Quais são as empresas bilionárias de Santa Catarina
— É um número que a gente vinha buscando e construindo ao longo da nossa trajetória — comemora Viviane Lunelli, diretora administrativa e financeira do grupo, que credita o desempenho à “confiança que ao longo do tempo o mercado vem depositando na gente”.
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Como ainda há um restinho de chão pela frente em 2021, e o Natal é uma data relevante em vendas para o mercado de moda, essa conta ainda vai subir. Viviane estima encerrar o ano com faturamento próximo de R$ 1,2 bilhão, o que representaria um crescimento de 35% frente ao resultado de 2019. Já há carteira garantida que sustenta essa projeção, diz a executiva.
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Com 40 anos de estrada, a Lunelli tem 16 unidades operacionais – fábricas em Santa Catarina, uma delas em Luiz Alves, no Vale, São Paulo, Ceará e Paraguai – e 4,6 mil funcionários. O grupo atua nos segmentos feminino, masculino, infantil e de malha em rolo com as marcas Lunender, Hangar 33, Alakazoo, Lunelli Malhas e Tecidos, Fico e Graphene, além da Lez a Lez, que tem uma rede de 37 lojas, entre próprias e franquias. A robustez do negócio permitiu à empresa suportar melhor os abalos provocados pela crise desencadeada pelo coronavírus. Mas a agilidade na hora de agir também contou.
A Lunelli foi uma das primeiras grandes empresas do ramo a conceder férias coletivas aos colaboradores, praticamente de forma simultânea ao decreto de emergência baixado pelo governo de Santa Catarina, em 17 de março de 2020. A primeira preocupação foi garantir a saúde dos funcionários. Quatro dias depois, a empresa, conta Viviane, já tinha desenhado um plano de contingência pensado em preservar e reforçar o caixa. Com a cadeia produtiva afetada por paralisações, houve negociações intensas com fornecedores e clientes.
— Durante o período pandêmico, a gente foi muito rápido em tomar ações — avalia a executiva.

Passado o período de maior turbulência, que incluiu redução de jornada e salários, a Lunelli colhe os frutos. O desempenho financeiro histórico já acumulado em 2021 se deve a alguns fatores, considera Viviane. Havia demanda reprimida de consumo, mas a empresa, que atua principalmente em canais multimarca – são 16 mil clientes ativos em todo o Brasil –, soube preencher lacunas deixadas por fornecedores que tiveram mais dificuldades de manter capital e capacidade de entrega ou que acabaram encolhendo na crise, acrescenta a diretora.
— Não é uma coisa ou outra, é um conjunto de fatores. Tem demanda reprimida, mas existe um trabalho que não é de um ano para o outro — resume.
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Por ora, os planos de expansão futura serão sustentados com a estrutura operacional já existente, com investimentos planejados para modernizar o parque fabril e acelerar o crescimento do portfólio de marcas. Embora o canal de e-commerce do grupo venha ganhando espaço, a aposta seguirá mais concentrada no varejo físico. No mercado de moda, ainda pesam muito fatores como modelagem e experiência sensorial do consumidor, diz Viviane.
No ano em que a Lunelli completa quatro décadas, devem ser produzidas aproximadamente 25 milhões de peças de confecção. Oito milhões de quilos de malhas e tecidos acabados devem ser comercializados.
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