Se ainda estivesse na ativa, a Weege, uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento da indústria em Pomerode, completaria 120 anos em 2021. Um pedido de falência em 1999 acabou colocando um ponto final nas atividades da empresa, mas o legado de pioneirismo e empreendedorismo do fundador Hermann Weege permanece vivo na herança arquitetônica, vista em imóveis históricos da cidade que abrigaram fábricas da companhia, e principalmente na gastronomia.
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Originada da Weege, a Laticínios Pomerode virou Pomerode Alimentos depois de ser comprada em 2013 pela família Mendes, fundadora da Eisenbahn, e até hoje produz variados tipos de queijos. A Olho, que era uma marca Weege, também ganhou vida própria e atualmente se destaca na produção de embutidos e defumados. Mais do que manter a tradição de fabricar a famosa Linguiça Blumenau, a empresa guarda relíquias que ajudam a preservar a memória de um marco da cidade.
A coleção é um prato cheio, com o perdão do trocadilho. Inclui diversos rótulos antigos de produtos como queijos, manteiga, bacon, salsichas, linguiças e mortadelas, memoriais descritivos de processos produtivos, receitas e documentos com solicitações de registros. Tudo é mantido em pastas pelos atuais sócios da Olho, Rolf Konell Jr. e Luiz Antonio Bérgamo, que assumiram o negócio em 2006.
Eles não têm tudo exatamente catalogado e admitem não saber exatamente a época de determinados itens. Datados, alguns documentos facilitam essa tarefa de identificação. Muitos são da década de 1960. Outros rótulos entregam a idade pela grafia empregada – “Santa Catharina”, “typo” e “analysado”, por exemplo. E há ainda alguns que citam a Weege como uma empresa de Blumenau. Pomerode, vale lembrar, era um distrito blumenauense e só se emancipou em 1959 – a linguiça, por exemplo, ficou conhecida como “Blumenau” porque começou a ser feita em 1934, antes de Pomerode ganhar status de cidade.
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E para onde vai esse importante pedaço da história pomerodense? Nada mais natural do que imaginá-la exposta em algum tipo de museu temático. Bérgamo e Konell já começaram a amadurecer a ideia, inclusive com uma proposta mais sensitiva – o cheiro típico de um produto defumado, por exemplo. Por enquanto, porém, é só um projeto.
Um dos focos da empresa no momento é tirar do papel uma nova fábrica de 1,1 mil metros quadrados, quatro vezes maior em área do que a atual. A estrutura terá capacidade para no mínimo dobrar a produção, hoje de 42 toneladas ao mês – só de Linguiça Blumenau são 120 mil peças. A construção já começou, mas a pandemia desacelerou o cronograma em 2020. As obras devem ser retomadas neste ano.
Confira mais imagens do acervo preservado:









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