Não era o resultado imaginado há 12 meses. A economia brasileira cresceu 1,1% em 2018, informou nesta quinta-feira o IBGE. Repetiu o índice de 2017, mas está longe de representar reação mais efetiva frente às perdas verificadas em 2016 (-3,3%) e 2015 (-3,5%). O desempenho tem contornos de frustração porque a projeção, na largada do ano passado, era bem mais otimista – chegava a algo próximo de 2,7%, na avaliação de analistas financeiros consultados pelo Banco Central à época.

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As expectativas foram derretendo com o passar do tempo, contaminadas negativamente por uma série de acontecimentos. Vieram a greve dos caminhoneiros, que parou o país por dez dias no final de maio, a Copa do Mundo – que sempre arrefece a produção e o consumo – e conturbadas eleições presidenciais. O desemprego até caiu um pouco, mas motivado pelo trabalho informal. Sem a segurança da carteira assinada, o consumidor é mais receoso.

Com um governo, àquela altura, apenas cumprindo tabela, aguardando subir a placa de substituição, o Brasil se arrastou até 2019.

A economia nacional pode ser comparada a um carro: depois de trafegar em marcha a ré por dois anos, voltou a andar para frente, mas ainda com o freio de mão puxado, impedindo maior aceleração.

Tímido, ainda que positivo, o resultado da soma das riquezas produzidas no país em 2018 mostra apenas um princípio de reação impulsionado por fatores cíclicos e conjunturais. Em outras palavras, estava tão ruim que só uma catástrofe pioraria o cenário. Quando a base de referência cai, o mínimo sinal de melhora ganha maiores proporções.

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Retomada de maior fôlego só virá quando o Brasil fizer duas conhecidas lições de casa: ajustar as contas públicas, abrindo espaço para a retomada de investimentos, e estimular o ambiente de negócios. Não é por acaso que a pauta de reformas como a da Previdência e a tributária é tão urgente. A conferir se a nova turma de Brasília tem bons alunos.