A rede hoteleira de Blumenau ampliou em quase 30% a oferta de leitos nos últimos cinco anos. Quatro hotéis abertos de 2015 para cá – Hotel 10, Ibis Budget, Quality (antigo Viena) e Villa do Vale – acrescentaram 724 novos leitos à estrutura de hospedagem até então disponível na cidade. Esses empreendimentos, juntos, somaram investimentos de R$ 82 milhões – só o Villa do Vale não abriu o valor do aporte –, segundo levantamento feito pela coluna com base em informações divulgadas pelas próprias empresas quando aconteceram as inaugurações.
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Hoje Blumenau dispõe de 3.394 leitos de hotéis. Considerando pousadas e hostels, o número sobe para 3.748. Os dados constam na primeira edição da Matriz de Hotelaria, divulgada nesta semana pela Secretaria de Turismo. O levantamento mapeou características como número de apartamentos, leitos, oferta de alimentação, aspectos de acessibilidade e opções de lazer de 32 estabelecimentos da cidade que possuem registro no Cadastur, o cadastro de prestadores de serviços emitido pelo Ministério do Turismo e obrigatório para meios de hospedagens.
A expansão do setor hoteleiro blumenauense nos últimos anos, no entanto, não se resume a inaugurações. Nesse intervalo, a rede Slaviero, por exemplo, assumiu a gestão do antigo Hotel Rex, na Rua 7 de Setembro, e investiu R$ 11 milhões em reformas no prédio. Outros estabelecimentos tradicionais da cidade, como o Plaza e o Himmelblau, também deram uma repaginada em apartamentos nesse período.
Somado a isso, há pelo menos três novos hotéis a caminho em Blumenau. A Intercity chegou a anunciar em 2017 a construção de uma unidade da bandeira Hi! na Via Expressa, mas o projeto está parado. A rede paranaense Caiuá se movimenta para erguer um hotel na Rua 7 de Setembro. E tem também a reforma do Grande Hotel, comprado em leilão por um grupo econômico da região Norte do país, que aguarda o fim da pandemia para iniciar as obras.
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— É um crescimento (de oferta) importante. O empresário está acreditando no turismo, em uma cidade de negócios e de eventos — avalia Marcelo Greuel, secretário municipal de Turismo.
Para o presidente do Blumenau e Vale Europeu Convention & Visitors Bureau, Develon da Rocha, a consolidação de outros grandes eventos de lazer na cidade além da Oktoberfest – Magia de Natal, Réveillon, Sommerfest, Festival da Cerveja e Vila de Páscoa entre eles –, somados a eventos de negócios – Febratex, Fenahabit e Feira da Cerveja, entre outros –, têm despertado a atenção de investidores do segmento.
A expectativa é ainda maior com o Centro de Convenções, destinado a exposições e congressos de médio porte, com capacidade para cerca de 1,2 mil pessoas e que promete dar novo impulso ao turismo local – que, aliás, agradeceria se a infraestrutura de acesso à cidade, incluindo duplicação da BR-470, rodoviária e aeroporto, recebessem mais atenção. Demanda antiga, o projeto está em fase final de validação junto ao governo do Estado, que vai bancar a obra. Greuel espera ter a documentação concluída em abril para lançar o edital de licitação.
Bolha?
Por outro lado, o aumento da oferta esbarra num desafio: garantir demanda anual para que a cadeia hoteleira não seja sufocada – e nem seja vítima de uma bolha. Empresário do ramo e ex-presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de Blumenau e Região (Sihorbs), Richard Steinhausen avalia que a economia não cresceu no mesmo ritmo nesse período. Há também a pandemia, que há um ano afeta duramente o setor com o cancelamento e postergação de eventos e não tem prazo para terminar.
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— A cidade como um todo vai ter que se organizar para fazer com que esses leitos que estão sendo inaugurados tenham uma ocupação — pondera.
Todas as fichas do trade turístico estão sendo colocadas no avanço da vacinação da população, que abriria caminho para a retomada dos eventos. A própria Secretaria de Turismo prepara para os próximos dias a divulgação de novas ações e medidas para estimular o setor quando a crise sanitária passar. Elas devem estar casadas com a marca “Blumenau, a cidade dos grandes eventos”, lançada na reta final de 2019, mas que acabou ofuscada pela pandemia.
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