A iminente demissão em massa na fábrica da Coteminas em Blumenau desperta todo tipo de sentimento. Cada um, seja funcionário, sindicalista, empresário, agente público ou mero espectador do caso, reage de um jeito diferente à informação de que a empresa pretende demitir mais de 800 pessoas.
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Em geral, predomina o lamento. Entre os empregados, há quem tema, com razão, perder o ofício, a renda da casa e a perspectiva de futuro. Mas existem também os já resignados ao ponto de pedirem o desligamento – sem abrir mão das verbas indenizatórias, claro – para tocarem a vida adiante.
Há os saudosistas inconformados que lembram dos tempos áureos da antiga Artex. Há quem lamente ver uma grande representante da indústria têxtil, que tanto contribuiu para a construção econômica e social de Blumenau, nesta situação. Há quem se aflija com o drama social que já bate à porta. Confirmadas as projeções, serão centenas de famílias atingidas.
Não faltam críticas, quase sempre movidas a paixões, à economia e aos ocupantes da vez em cargos de governos. Sobram reflexões sobre o papel social de uma empresa e o lucro de empresários. Nesse tipo de situação, a caça às bruxas é quase uma regra. No fim, as reações são proporcionais ao tamanho da empresa, que tem 1,2 mil funcionários, e de tudo que está em jogo.
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Medidas operacionais mais drásticas, como demissões em massa, não surgem da noite para o dia. São resultado de um acúmulo de notícias negativas, às vezes associadas à conjuntura econômica e política. Mas em muitos casos também fruto de tropeços de gestão, de decisões equivocadas, de custos altos sem o devido retorno financeiro, da falta de inovação. Candidatos a “vilão” não faltam.
Na última semana, fontes locais do setor têxtil relataram à coluna que a Coteminas não pretendia falar abertamente sobre o assunto. Até agora nenhum representante da empresa veio a público dar explicações. Ao limitar a comunicação das medidas a ofícios burocráticos encaminhados ao sindicato, a empresa perde a oportunidade de dar a sua versão da história. E com isso alimenta toda sorte de teorias.
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