Bola da vez das grandes varejistas, os atacarejos impulsionaram mudanças significativas no ranking das maiores redes de supermercados de Santa Catarina ao longo dos últimos dez anos. Um levantamento feito pela coluna a partir de dados anuais da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), entre 2012 e 2022 – ano dos últimos números atualizados –, revela que empresas que apostaram antes neste modelo cresceram mais rapidamente, superando grupos tradicionais que até então estavam concentrados em lojas do formato hiper.
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Uma década atrás, a maior rede supermercadista do Estado em faturamento bruto era o Angeloni, com receita de R$ 2,2 bilhões. A segunda posição era do Grupo Pereira, com faturamento bruto de R$ 2,07 bilhões. Em 2022, porém, foi o dono das bandeiras Comper e Fort Atacadista quem ocupou – e com folga – o topo da lista em Santa Catarina. A receita bruta neste período avançou 442%, para R$ 11,2 bilhões. O número de lojas quase dobrou, passando de 48 para 81.
Por que o atacarejo está na moda em SC?
Neste intervalo, o Angeloni também cresceu, mas em ritmo menos acelerado. A receita bruta da empresa saltou 46,7%, para R$ 3,23 bilhões. A quantidade de lojas aumentou: de 26 para 35 unidades. Apesar disso, a companhia perdeu a liderança e caiu para a quarta posição do ranking em 10 anos. Assim como a concorrência, o grupo decidiu diversificar os negócios e apostar no atacarejo, em um movimento um pouco mais tardio, que teve início em 2023 com a conversão de uma loja em Blumenau para a nova marca Super A.
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Como era o ranking das maiores redes de supermercados de SC em 2012
Por faturamento bruto no ano. Fonte: Associação Brasileira de Supermercados (Abras)
Como era o ranking das maiores redes de supermercados de SC em 2022
Quem também surfou bem na onda do atacarejo foi o Grupo Koch. Em 2012, a empresa figurava na quinta colocação no ranking dos maiores supermercadistas catarinenses, com faturamento bruto de R$ 288,2 milhões. Uma década mais tarde, ocupava a vice-liderança, com receita de R$ 6,42 bilhões. Neste meio tempo, a empresa saiu de 8 para 54 lojas.
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Nos dois levantamentos, o terceiro lugar é ocupado pelo Giassi, cujo faturamento fruto em 2012 era de R$ 1,03 bilhão. Em 2022, a receita saltou para R$ 3,38 bilhões. O número de lojas cresceu de 12 para 21.
Outras duas empresas se mantiveram no top 10 do ranking supermercadista catarinense entre 2012 e 2022: Imperatriz (hoje sob o nome Mundial Mix, que passou da quarta para a quinta posição) e Archer (que oscilou do sexto para o nono lugar). As redes Manentti, Althoff, Zoni e Brasão, que estavam na lista das maiores uma década atrás, deram lugar para o Bistek, Passarela Center, Rede Top (que comprou lojas do Zoni e do Galegão) e Hiper Mais (comprada pela rede Condor) em 2022.
Aliás
A rede Cooper entraria no atual top 10 pelo critério de faturamento bruto, mas por ser uma cooperativa não aparece no ranking da Abras.
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