É uma questão de tempo até que o nome do novo dono do imóvel que pertencia ao Grande Hotel, no Centro de Blumenau, seja oficializado. Intimada a assumir os bens da massa falida após a proposta apresentada pela vencedora do pregão ser considerada inexistente, a Paraíso, grupo com negócios nas regiões Norte e Nordeste do país, depositou nesta terça-feira o valor de entrada da compra.

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A quantia soma cerca de R$ 2 milhões, o equivalente a 15% da oferta de R$ 14 milhões feita pela empresa antes de o pregão do dia 15 deste mês ser aberto a lances orais. Ao acrescentar o comprovante do pagamento nos autos do processo, o escritório Angelito Barbieri Advogados, contratado para representar os interesses do grupo, pediu a posse imediata do imóvel, o que deve ser encaminhado assim que o dinheiro pingar na conta do Tribunal de Justiça.

Com a papelada resolvida, a Paraíso vai começar a elaborar os projetos de restauração do prédio para, no futuro, transformá-lo novamente em um hotel, antecipou à coluna o empresário Lindomar Vasconcellos, proprietário do grupo. A ideia inicial é criar uma nova fachada, mas preservar algumas características do interior do imóvel. Do que ficou de móveis e equipamentos, desgastados pela ação do tempo ou alvos de vandalismo, quase nada deve ser reaproveitado.

Um ponto já está definido: os 88 apartamentos hoje existentes serão multiplicados. Para Vasconcellos, os cômodos, projetados na década de 1960, são muito grandes para a atual realidade do mercado hoteleiro. O projeto da Paraíso prevê de 140 a 150 unidades. O empresário está animado e promete entregar um novo empreendimento que honre a história do Grande Hotel. Conta que sempre teve o desejo de investir na região e que está, nas palavras dele, "ciente da responsabilidade" de adquirir um "patrimônio da cidade".

Rede hoteleira

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O investimento deve marcar uma nova etapa da Paraíso, que já tem experiência no ramo: mantém um hotel de pequeno porte, o Paraíso Hotel, em Ubajara (CE), e outro maior em Porto Velho (RO). Na capital rondoniense, o empreendimento se chama Oscar Executive Hotel. É este nome que deve batizar uma futura rede hoteleira encabeçada pelo grupo. Depois de Blumenau, os alvos de expansão incluem cidades com perfil de turismo de lazer e de negócios. Vasconcellos cita São Paulo e Fortaleza como possibilidades.

Atuação diversificada

A Paraíso também tem um pé no varejo: é dona de 10 lojas no formato magazine (de nomes diferentes) espalhadas nos estados do Acre e de Rondônia. Foi este negócio que aproximou Vasconcellos de Santa Catarina. Natural do Ceará, ele conta que há anos vem ao Vale para comprar saldos de coleções de empresas de confecção, revendidas no Norte do país. Esse contato frequente despertou o interesse em investir na região. A ideia de abrir um hotel por aqui é antiga. Antes do Grande Hotel, o empresário conta ter sondado os imóveis que abrigavam o Baviera e o Viena.