Um protesto feito por profissionais ligados à área de eventos em Blumenau, que ocorreu na manhã desta sexta-feira (17) em frente à prefeitura, acabou chamando mais a atenção pela exposição da divisão dentro do segmento do que pelo tamanho da manifestação em si — que segundo os organizadores reuniu de 30 a 40 pessoas.
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O ato foi convocado por prestadores de serviços do ramo, como músicos, seguranças e transportadores. Há quatro meses sem poder trabalhar por causa das medidas restritivas implementadas em meio à pandemia, que suspendeu eventos e fechou casas noturnas e soccers, esse pessoal da ponta sente mais os efeitos da crise.
— Estão deixando 2 mil famílias dentro de casa sem ter dinheiro para pagar contas — contesta o músico Ailton Falcão Biazon, um dos organizadores da manifestação.
Entidades representativas do segmento, no entanto, não deram respaldo à iniciativa. O presidente do Blumenau e Vale Europeu Convention & Visitors Bureau, Develon da Rocha, diz que entende a situação, mas acredita não ser a hora para esse tipo de manifestação.
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O Conselho Municipal de Política Cultural de Blumenau (CMPC), que representa profissionais e artistas que dependem da promoção de eventos, divulgou nota comunicando que não foi consultado e que não participou nem apoiou o protesto. No documento, o CMPC reforça o momento crítico da pandemia, que já elevou para quase 90% a ocupação dos leitos de UTI na cidade.
“O setor sente na pele os efeitos econômicos da pandemia, porém, a promoção de manifestações e a exigência da retomada das atividades é de extrema irresponsabilidade”, diz a nota.
O Sindicato dos Músicos de Blumenau divulgou nota ainda na quinta-feira (16) para esclarecer que não participaria da manifestação e que também não foi consultado. Mas não criticou o ato. No texto, o sindicato diz entender a necessidade de uma mobilização que traga unidade para a classe e de “sermos ouvidos pelo poder público, no intuito de amenizar os prejuízos sofridos até o momento”. E reforça que a categoria precisa de auxílio.
Reunião com a prefeitura
Representantes dos manifestantes foram recebidos por César Botelho, chefe do gabinete do prefeito Mario Hildebrandt. O músico Diogo Louro, conhecido como Diogo Carioca, participou da reunião com Botelho. Ele diz que a categoria não pede o retorno imediato das atividades, mas que ela seja contemplada quando nova flexibilização for feita.
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— Quando acontecer a próxima retomada, que ela seja definitiva e para todos — disse à coluna.
No encontro, a prefeitura apresentou dados da situação da pandemia na cidade e disse entender as demandas. A pedido do município, o grupo ficou de elaborar uma proposta de protocolo com medidas de segurança que permitiriam o retorno das atividades do segmento, que será avaliado em um segundo momento.
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