Ventilada nos bastidores da política, a proposta para aumentar o número de vereadores em Blumenau foi colocada à prova em um fórum público na manhã desta quarta-feira (31). Durante uma audiência de prestação de contas dos poderes Executivo e Legislativo, o presidente da Câmara, Almir Vieira (PP), revelou a ideia de se criar quatro novas cadeiras na Casa. Se isso de fato acontecer, o número de parlamentares passaria dos atuais 15 para 19 – pelo volume de eleitores, a cidade poderia ter até 23.
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O próprio chefe do Legislativo tentou se antecipar a eventuais críticas admitindo que a proposta é polêmica, mas defendendo, segundo ele, que seria possível aumentar a representatividade sem que isso resulte em crescimento de gastos da Câmara. O argumento, já usado outras vezes, pareceu não convencer empresários e membros de entidades de classe presentes na audiência, que fazem cara feia, não é de hoje, à proposta. Embora o debate tenha corrido em tom cordial, houve momentos de perceptível clima de tensão no ar.
Em uma primeira análise, a implantação de novas cadeiras, conforme Vieira, estaria condicionada a uma redução do duodécimo, o repasse que a prefeitura faz todos os anos para que a Câmara possa arcar com suas despesas. A transferência é prevista na Constituição e hoje, no caso de Blumenau, limitada a 5% da receita do município. O raciocínio é de que uma medida compensaria a outra.
O assunto surgiu em meio a questionamentos do Observatório Social de Blumenau, anfitrião da audiência, sobre o aumento de despesas da Câmara. A relação inclui a criação de novos cargos comissionados – um assessor adicional para cada um dos 15 gabinetes – e aumento do vale-alimentação, ambos defendidos por Vieira para, segundo ele, melhorar as condições de trabalho e atendimento à comunidade.
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Entre alguns dos presentes ouvidos pela coluna, a interpretação é de que Vieira estaria “medindo a febre” ao levar a público a ideia de abrir mais vagas para vereadores. O parlamentar diz que o assunto ainda é informal, restrito aos corredores. Não é a primeira vez, no entanto, que a conversa extrapola as paredes da Câmara. Na política, por outro lado, é sabido o que um sinal de fumaça costuma representar.
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