Passado quase um mês desde a publicação do decreto de emergência que suspendeu diversas atividades em Santa Catarina por causa do novo coronavírus, prefeitos ainda se queixam da falta de diálogo com o Estado. Nesta quarta-feira (8) a Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) endereçou ofício ao chefe da Casa Civil, Douglas Borba, reivindicando que o governo antecipe aos gestores municipais as ações sobre restrições e demais determinações impostas à população, à iniciativa privada e ao próprio poder público no combate à pandemia.

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Desde o início da gestão da crise vários prefeitos reclamam que não participam das discussões sobre as ações tomadas pelo Estado, que acabam respingando diretamente na vida das cidades. O governo chegou a criar um grupo de trabalho que reúne secretarias, órgãos públicos e federações empresariais. Incluiu nele a Fecam, a federação dos municípios, representada pela prefeitura Adeliana Dal Pont (São José), justamente para que ela fosse a ponte com os prefeitos. Ainda assim, a Fecam tem sido uma mera “repassadora de informações”, sem voz efetiva no comitê, avalia o presidente da Ammvi, Matias Kohler, que administra Guabiruba.

— Muitas vezes somos tomados de surpresa pelas decisões — contou à coluna.

Kohler diz que as prefeituras não querem passar por cima da autoridade do Estado, mas alega que as prefeituras são cobradas pela população sobre medidas que, segundo ele, foram adotadas pelo governo sem debate com os municípios. Antecipar as informações, segundo ele, ajudaria as prefeituras a melhor se preparar para tirar as dúvidas e prestar esclarecimentos junto às suas comunidades, inclusive com adequações administrativas.

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Com a prorrogação da quarentena até 12 de abril, a Ammvi pede, no ofício, que as informações referentes às atividades posteriores a esta data sejam repassadas aos prefeitos até o próximo sábado (11). A entidade também quer saber até quando ficarão suspensos as aulas nas escolas e o transporte de passageiros em Santa Catarina.