Grandes empresas catarinenses vêm abrindo o bolso para comprar outras companhias e acelerar o crescimento. Entre as maiores indústrias de bens de capital do Brasil e do mundo, a WEG é uma das que tem recorrido às M&A (sigla em inglês para fusões e aquisições) para fortalecer os negócios. Nos últimos cinco anos, a fabricante de transformadores, motores, geradores de energia e tintas desembolsou em torno de R$ 500 milhões na aquisição de nove empresas.
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Ao olhar para esse tipo de oportunidade, a companhia considera entrar ou reforçar presença em algum mercado ou então ter acesso a uma nova tecnologia, diz o diretor administrativo e financeiro André Luís Rodrigues:
— M&A é uma pauta frequente (na WEG). Cada unidade de negócio tem mapeados possíveis alvos. Mas a gente não tem ansiedade. Em alguns casos, entre começar a conversar e dar certo, foram mais de cinco anos. Não fazemos loucura e nem rasgamos dinheiro.
Relembre aquisições recentes feitas pela WEG
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O executivo pondera que a WEG não mira aquisições consideradas “transformacionais”, que mudem a estrutura de um modelo de negócio consolidado e que vem dando expressivos resultados. Nos últimos cinco anos, a empresa mais do que triplicou sua receita líquida, que atingiu quase R$ 30 bilhões em 2022. Segundo Rodrigues, o foco está em possíveis compras de menor porte, que tragam sinergias e ao mesmo tempo facilitem a integração.
— Quanto maior a empresa, mais difícil de “cascatear” a sua cultura nela — avalia o diretor.
Como a sigla M&A ficou popular e virou rotina na economia de SC
Como destacou a coluna, o mercado de M&A está aquecido em Santa Catarina. Pesquisa da consultoria internacional KPMG aponta 36 transações desta natureza envolvendo empresas do Estado somente no primeiro trimestre de 2023. O volume coloca Santa Catarina empatada ao lado de Minas Gerais e atrás somente de São Paulo no ranking brasileiro. Outra estudo, da também consultoria PwC, indica 58 operações de M&A acumuladas entre janeiro e julho.

Na Senior Sistemas a cartilha do M&A é seguida à risca. A desenvolvedora de softwares de gestão empresarial com sede em Blumenau tem um comitê específico para avaliar oportunidades e identificar potenciais empresas que estejam alinhadas à estratégia de expansão, conta o presidente Carlênio Castelo Branco.
— Temos várias empresas mapeadas. Nem sempre existe interesse, mas faz parte do dia a dia conversar — diz o executivo.
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Ao longo de sua história, que começou em 1988, a Senior já fez 26 aquisições. Só nos últimos cinco anos foram investidos R$ 200 milhões, com recursos de caixa próprio, na compra total ou de participação acionária majoritária em empresas. Um dos casos mais emblemáticos envolveu a Novasoft, da Colômbia.
Concluída em 2021, a aquisição marcou o início do projeto de internacionalização da marca. Neste caso, a compra de uma empresa já estabelecida em um novo mercado serviu de atalho para ampliar os negócios no exterior. Em vez de começar do zero, fez mais sentido incorporar uma equipe que já está habituada com a cultura, o mercado e a realidade regulatória de um outro país, explica Carlênio.
— Já estudamos México e devemos visitar em breve algumas empresas no Chile — antecipa o executivo, sinalizando novas investidas no mercado internacional.
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