Quem vive fora das bolhas do bolsonarismo e do lulismo – a maioria silenciosa da população, que é quem definirá as Eleições 2022 – não vê a hora de tudo acabar.
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Mas seja qual for o resultado das urnas neste domingo (2), ninguém tem condições de garantir que o Brasil encontrará paz para seguir em frente.
A coluna não quer soar pessimista, mas acredita que o desfecho da corrida presidencial, em primeiro ou segundo turno, será incapaz de esfriar os ânimos.
Pelo contrário.
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O país institucionalizou a polarização, criando um clima de eterna eleição. Não faz muito tempo, divergências entre esquerda e direita nas arenas públicas limitavam-se a questões como estatização e privatização. Hoje a divisão vai além.
Envolve hábitos e costumes e invade o ambiente de trabalho, as rodas de amigos, os churrascos em família e as conversas de bar. É uma disputa entre “o bem e o mal” marcada por intolerância e a incapacidade de aceitar a opinião de quem pensa diferente. Haja paciência.
Os protagonistas da eleição à presidência têm parcela de responsabilidade nesse cenário de beligerância. Tanto Jair Bolsonaro (PL) quanto Lula (PT) tratam como desafetos quem “ousa” não apoiá-los.
Esquecem-se ou ignoram que o voto em um ou em outro não necessariamente é um atestado de irrestrita concordância. No meio dessa disputa de narrativas, estão milhões de pessoas que buscam emprego, enfrentam insegurança alimentar e sofrem com a alta geral de preços.
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Tudo que não se propõe a resolver esses e outros problemas graves do Brasil é cortina de fumaça.
Conquistada a duras penas e ao custo do derramamento de sangue de muita gente, a democracia é a arte do contraditório. Mas há algo de errado quando ela é usada como pretexto para atos de violência, perseguição e segregação.
Mesmo que alguns tentem transformar um momento tão sublime em guerra ideológica, eleição direta é o melhor que temos. É inegociável o direito da população de escolher seu representante maior.
Entre tanto barulho e tensão, a vida continuará em janeiro de 2023, mesmo em um Brasil rachado. A polarização cega e doentia só vai acabar quando entendermos que a base do desenvolvimento de um país passa por instituições democráticas fortalecidas. Salvadores da pátria são dispensáveis.
Aliás
O mercado já conhece e sabe o que esperar de Bolsonaro e Lula. A economia tem uma engrenagem relativamente independente. Não está imune, claro, da política, mas se movimenta por conta própria.
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