A Plasvale se acostumou a ser sinônimo de potes de plástico – aqueles que quase todo mundo tem em casa e que servem para guardar comida na geladeira. Mas nos últimos tempos a empresa de Gaspar decidiu virar a chave para ir mais além. A partir de uma mudança de estratégia, começou a diversificar o portfólio. Novas linhas de produtos feitos em vidro, bambu e outros tipos de materiais começaram a ganhar espaço nas vendas. Até mesmo garrafas e copos térmicos, que viraram febre em praias e festas, entraram para o catálogo.

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Como manda o manual dos negócios, a Plasvale está colocando os ovos em várias cestas para se proteger de eventuais instabilidades do mercado, diz o presidente Jonas Miranda. Até 2017, a empresa só exportava. Agora também importa algumas linhas de produtos, justamente estes feitos de outros materiais. A produção própria no parque fabril de 16 mil metros quadrados de área, onde trabalham 500 funcionários, ainda é totalmente dedicada ao plástico. Embora não esteja no radar no momento, a adaptação da estrutura para a fabricação de utilidades domésticas a partir de outras matérias-primas não está descartada no futuro.

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Nesta nova fase de maior variedade, a Plasvale também está mirando comércios de pequeno porte – hoje os grandes supermercados são o principal canal de vendas – que possam vender os utilitários, e não apenas os de plástico. Baseada na indústria, a empresa quer “varejar” mais com o que Miranda chama de “luxo acessível”. Para isso, muitas linhas estão fugindo do básico e agregando cores e estampas variadas. Há até itens licenciados de animações infantis, como My Little Pony e Transformers.

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— Estamos mais antenados a comportamentos e tendências — diz Miranda.

A Plasvale não abre números do faturamento, mas o presidente antecipou à coluna que a empresa cresceu 5% em 2023 e projeta incremento de 15% neste ano. Para impulsionar as vendas, a aposta é na automação do parque fabril, que já opera com capacidade plena – são em torno de 500 toneladas de plástico processadas por mês. O investimento anual médio em tecnologia tem girado em torno de R$ 5 milhões, revela o executivo.

Embora a expansão passe pela modernização, uma ampliação física da fábrica também é cogitada. Por falta de espaço, a Plasvale já precisou alugar um galpão de 5 mil metros quadrados para armazenar parte do estoque. A ideia, no entanto, é ter um prédio próprio para este fim, em uma área já mapeada do parque fabril.

Reposicionamento

Ao furar a bolha do plástico, a Plasvale também deve considerar uma reformulação mais ampla da marca, que ainda está muito ligada a este tipo de material. Miranda admite que já há conversas neste sentido, mas a empresa não tem pressa. É preciso, segundo ele, casar o novo momento com a tradição de um nome presente no dia a dia das pessoas há quase meio século, mesmo que muitos ainda não se deem conta disso.

— O grande desafio é torná-la uma marca lembrada constantemente pelo consumidor — projeta.

Hoje de 80% a 85% do negócio da empresa está atrelado ao plástico. Mas Miranda espera “equilibrar o jogo” dentro de cinco anos, com produtos de outros materiais representando metade das receitas.

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Aliás

A Plasvale está desenvolvendo distribuidores na Flórida. Assim como a têxtil Círculo, também de Gaspar, a empresa pertence ao Grupo Lince, que tem um escritório comercial nos Estados Unidos.

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