A Philips está estudando a possibilidade de ampliar o centro de desenvolvimento de soluções tecnológicas para a área de saúde de Blumenau, onde já trabalham cerca de 800 pessoas – foram 212 contratações só entre janeiro e maio deste ano. A atual estrutura, mantida na Rua 2 de Setembro, no bairro Itoupava Norte, pode aumentar de tamanho ou até mesmo outra unidade pode ser aberta no futuro. A melhor alternativa ainda será definida, mas é certo que a multinacional holandesa precisará de mais espaço – e gente – para atender as expectativas de crescimento.

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O planejamento global da companhia para o triênio 2020-2022 abrange seis áreas estratégicas de negócios, contou à coluna o CEO da Philips para a América Latina, David Reveco Sotomayor. Uma delas é a expansão internacional do Tasy, software para gestão hospitalar nascido em Blumenau pelas mãos da Wheb Sistemas, comprada pela gigante mundial em 2010. O produto é o carro-chefe da área de informática clínica da empresa, cujo desenvolvimento se concentra na unidade blumenauense.

Além do Brasil, o Tasy já está em pelo menos seis países: México, República Dominicana, Alemanha, Austrália, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. O desafio é alcançar, principalmente, outros mercados da América Latina, segundo Sotomayor, que está em Blumenau nesta quarta-feira. Há prospecções em curso na Argentina, Colômbia, Chile, Equador e também no Paraguai.

O foco em terras latino-americanas não é por acaso e Sotomayor usa um dado para justificá-lo: 30% da população da região não tem acesso integral à saúde. Melhorar essa condição, na avaliação do executivo, não passa apenas pela abertura de novos hospitais e compra de equipamentos. A Philips entende que a tecnologia pode ser uma importante aliada de empresas e governos, com soluções que se adaptem a novas formas de atendimento – como a telemedicina – e melhorem a atenção dispensada aos pacientes. É aí que entra o Tasy e outras funcionalidades pensadas a partir de Blumenau.

David
CEO para a América Latina, David Reveco Sotomayor compartilhou a estratégia da Philips com colaboradores da unidade de Blumenau nesta quarta-feira. A empresa também recebeu estudantes de universidades, que puderam conhecer a filosofia de trabalho de um gigante global (Foto: Divulgação)

Receitas

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A companhia não costuma abrir dados específicos de mercado, mas Sotomayor diz que, em nível global, a projeção de crescimento de receita neste ano fica entre 5% e 6%. Em países emergentes, caso do Brasil, os números devem ser ainda melhores.

Aliás

Muita gente conhece a Philips pelo portfólio de eletrônicos, como televisões e aparelhos de som. Esses produtos ainda podem ser encontrados em lojas, mas já não são mais fabricados diretamente pela empresa – hoje a marca é licenciada por outras companhias.

Há cerca de uma década a multinacional holandesa decidiu se reposicionar no mercado como uma empresa focada principalmente em tecnologia para a saúde – embora continue com algumas linhas de eletrônicos, voltadas a cuidados pessoais e bem-estar. Hoje este segmento já representa 60% dos negócios da Philips no mundo, movimentando algo em torno de 13 bilhões de euros.