Proprietários e gestores de parques aquáticos de Gaspar estão de mãos atadas em plena temporada de verão. A mudança na matriz de risco da região, que hoje está no nível gravíssimo – a cor vermelha no mapa para a transmissão do coronavírus –, impede que esses estabelecimentos operem. A proibição está prevista em uma portaria editada em setembro pela Secretaria de Saúde de Santa Catarina.
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O maior problema nem seria a proibição em si, mas o fato de, para empresários do ramo, existirem dois pesos e duas medidas para atividades semelhantes. Eles citam outra portaria do Estado, de junho, que regulamenta as atividades de praças, parques, locais de entretenimento e zoológicos. Este documento estabelece restrições, incluindo redução da capacidade de público, mas não inibe o funcionamento de acordo com a classificação do nível de risco da Covid-19.
— Nós entendemos que há um tratamento diferenciado e prejudicial aos parques aquáticos em relação aos demais — sustenta o advogado Pedro Cascaes Neto, que representa a Cascanéia, de Gaspar.
A preocupação do segmento se agrava porque as restrições chegaram no início de dezembro, época em que os parques aquáticos começam a atrair visitantes e turistas. Para muitos deles, é também um período para fazer caixa frente às despesas do restante do ano.
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— O setor depende da temporada de verão. Se não conseguirem abrir, muitos empreendimentos vão quebrar — diz Willian Stein, integrante do Conselho de Administração da Cascanéia.
Administrador da Cascata Carolina, João Bruno Thais alega que o setor passou boa parte da pandemia, principalmente nos meses de frio em que os parques já não abririam, se preparando para este período, com investimentos em protocolos de higiene e segurança. Para ele, isso não está sendo considerado.
— É comprovado cientificamente que a água não transmite o vírus. Ela tem o tratamento de cloro. É mais seguro do que um parque com uma pessoa do lado da outra em um brinquedo — compara.
Mobilização política
Representantes dos oito parques aquáticos que formam a Rota das Águas, em Gaspar, responsáveis por 300 empregos diretos e que receberam 400 mil visitantes na última temporada, acionaram a prefeitura em busca de uma solução.
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O município não tem poder para abrir os estabelecimentos, visto que a regra é do governo de Santa Catarina – e o Executivo local só pode ser mais restritivo do que o Estado –, mas no entendimento de empresários pode contribuir na mobilização política para rever as normas.
Um ofício solicitando a reabertura dos parques com restrições, assinado pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Renda e Turismo de Gaspar, Celso de Oliveira, e pelo assessor de Desenvolvimento Econômico, Filipe José Costa, foi remetido à Assembleia Legislativa e ao governo do Estado no fim de novembro.
Na última semana o deputado Ivan Naatz (PL) apresentou uma indicação na Alesc solicitando ao Estado a realização de um estudo técnico que permita a reabertura dos parques aquáticos, desde que observadas as medidas preventivas necessárias contra a Covid-19. O pedido é para que a portaria que regulamenta o funcionamento dos estabelecimentos seja flexibilizada.
Segundo Naatz, ainda não houve retorno. O assunto já é discutido nos bastidores, mas por enquanto não há nenhuma sinalização de mudança.
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A coluna procurou a Secretaria de Estado de Saúde para comentar o assunto, mas não recebeu retorno até o momento desta publicação.
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