O parque fabril da BGO Company, empresa de moda de Blumenau fundada em 1992, vai a leilão na próxima semana. É mais uma etapa do processo de recuperação judicial da companhia, que começou em 2015 em meio à grave recessão econômica enfrentada pelo país na época. O imóvel é composto por dois terrenos e um galpão, com área total de 20 mil metros quadrados e área construída de 7,28 mil metros quadrados. Fica na Rua Norberto Seara Heusi, no bairro Escola Agrícola.
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Todo o complexo está avaliado em R$ 12,45 milhões. Este é o valor mínimo do lance a ser oferecido por eventuais interessados no dia 14 deste mês. O leilão está marcado para as 14h30min no Quality Hotel Blumenau. Se não pintar nenhuma proposta, nova chamada acontecerá no dia seguinte, no mesmo horário e local. Desta vez, no entanto, os bens poderão ser arrematados por 80% do valor de avaliação, o equivalente a R$ 9,96 milhões. O pagamento poderá ser parcelado em até 30 vezes, com entrada de 25%.
Há uma particularidade deste leilão em relação a outros processos desse tipo. Como a BGO continua ativa, produzindo peças de roupa para os públicos masculino, feminino e infantil e com 150 funcionários na sede de Blumenau, quem adquirir o imóvel precisará alugá-lo para a própria companhia por um período de cinco anos. A condição está prevista em edital, e é uma maneira de garantir a continuidade das operações da empresa para que ela cumpra o que foi estabelecido no plano de recuperação judicial.
O valor mensal do aluguel será de R$ 75 mil, corrigido anualmente pela inflação. A garantia de renda imediata com o ativo e a conservação em dia, já que as instalações estão ocupadas, são atrativos adicionais aos investidores. O leiloeiro Gabriel Mazzolli Damiani diz que há interessados da região e também de outros estados. A lista incluiria fundos imobiliários. Ele está confiante de que saia negócio.
O dinheiro arrecadado com o leilão será usado para abastecer o caixa da BGO e para o pagamento de dívidas. Quando o plano de recuperação judicial foi aprovado pelos credores, em assembleia que ocorreu em fevereiro de 2017, o passivo somava cerca de R$ 20 milhões. Segundo o administrador judicial Alcides Wilhelm, praticamente todos os débitos trabalhistas estão quitados.
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O fundador e diretor da empresa, Maurício Leite, diz que "por meio desse plano, das medidas já tomadas e de outras que vierem a ser tomadas, certamente o grupo irá reconquistar estabilidade financeira, se reorganizar, se recuperar, e, assim, voltar a ser próspera, gerando empregos, movimentando a economia, e, obviamente, pagando seus credores".