A pandemia do novo coronavírus fez a Celesc contingenciar R$ 330 milhões de um orçamento de R$ 1,2 bilhão projetado para 2020. Desta quantia, cerca de R$ 240 milhões estão originalmente mapeados para investimentos, principalmente em obras e melhorias do sistema de distribuição de energia elétrica, e outros R$ 90 milhões são destinados a materiais, serviços e outras atividades. Isso não quer dizer que esses aportes serão cancelados, mas estão suspensos até segunda ordem.
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As medidas foram divulgadas em um balanço do primeiro trimestre apresentado na manhã desta segunda-feira (11) pela diretoria da Celesc. O presidente Cleicio Poleto Martins disse que o congelamento é necessário para preservar o caixa e garantir que a empresa consiga honrar seus compromissos.
Boa parte dos recursos contingenciados está previsto para o segundo semestre do ano, acrescentou a diretora de Finanças e Relações com Investidores, Claudine Furtado Anchite. Ainda não há detalhes dos projetos afetados. As medidas, explicou Martins, não devem afetar a qualidade dos serviços prestados pela companhia.
— Nós nos preparamos para o pior para tentar colher o melhor — resumiu o presidente.
De uma maneira geral, o consumo médio de energia em Santa Catarina caiu 20% em relação ao período anterior ao isolamento social. Apesar da alta no consumo residencial, pelo fato de as pessoas estarem mais em casa, houve quedas significativas em abril na indústria (-22%) e no comércio (-15%), que têm mais peso na conta. Isso revela o desaquecimento da economia no mês passado.
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Além de bloquear investimentos, a Celesc anunciou ainda outras ações para aliviar o caixa. A empresa postergou o pagamento de dividendos a acionistas, abriu uma chamada pública para captação de recursos e alterou o calendário de pagamento de fornecedores. Também lançou um programa de demissão incentivada emergencial, voltado a funcionários com mais de 33 anos de casa. A expectativa é que, dos 130 empregados aptos, pelo menos 100 façam a adesão.
A Celesc encerrou o primeiro trimestre do ano com receita operacional de R$ 2 bilhões e lucro líquido de R$ 144 milhões. A empresa atende 286 municípios de Santa Catarina – e mais um no Paraná –, cobrindo 92% da área do Estado.