Santa Catarina é um dos mercados estratégicos dentro do plano de expansão da Bloomin’ Brands, rede global de restaurantes, no Brasil para 2022. O grupo reservou ao Estado cerca de R$ 12 milhões dos R$ 75 milhões em investimentos previstos no país para este ano – volume que supera o desembolso total de R$ 50 milhões feito em 2021.
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O aporte está sendo direcionado a três novas unidades do Outback Steakhouse, carro-chefe da companhia que conta com cerca de 130 operações no país. Uma delas já foi inaugurada no Continente Shopping, em São José. As outras duas, em Joinville (Garten Shopping, em setembro) e Tijucas (I Fashion Outlet, em julho), abrirão as portas ao longo do segundo semestre. Somadas, as operações vão empregar 180 pessoas. São cerca de 60 funcionários por restaurante.
Com os investimentos, o Outback vai mais do que dobrar de tamanho em território catarinense, reforça Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil. Até então, a rede tinha restaurantes apenas em Florianópolis e Balneário Camboriú.
Outras regiões do Estado estão no radar do grupo, revelou o executivo em entrevista à coluna (leia abaixo). Os locais mapeados, no entanto, não são divulgados. Pela política de negócios, os restaurantes só são anunciados depois do contrato assinado.
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Ao todo, o plano de expansão da Bloomin’ Brands contempla a abertura de 16 unidades do Outback no Brasil neste ano, focadas principalmente em shoppings, com geração de cerca de mil vagas de trabalho. Seis delas já foram inauguradas. Metade dos restaurantes ficará em São Paulo.
Neste cenário, Santa Catarina se enquadra como o segundo estado mais relevante na estratégia de crescimento da rede. Minas Gerais receberá duas unidades. Pernambuco, Rio de Janeiro e Distrito Federal, uma cada.
Os investimentos sugerem a importância e o potencial enxergado pela Bloomin’ Brands no Brasil, onde o grupo atua há 25 anos. O país é o segundo maior mercado do mundo para a companhia, atrás apenas dos Estados Unidos, segundo Berenstein.
Apesar da economia doméstica ainda vacilante, as vendas do grupo cresceram 36% no país no primeiro trimestre do ano. O tráfego de clientes nos restaurantes subiu 28,7% e o tíquete médio registrou aumento de 7,6%.
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Outras marcas
O Bloomin’ Brands também é dono das marcas Abbraccio, rede de cozinha italiana que terá uma nova unidade inaugurada no Rio de Janeiro em 2022, e também da Aussie Grill, restaurante com pratos à base de frango que atua apenas com delivery.
Esta última marca foi criada durante a pandemia, explica Berenstein. Foi uma maneira de diversificar os negócios em um período de restaurantes fechados por causa das restrições impostas para combater o novo coronavírus. O Aussie Grill opera onde há unidades do Outback. Ambos dividem a mesma cozinha.
Segundo o executivo, a operação de delivery representava apenas 3% do negócio antes da crise sanitária. Hoje, embora oscile, esse percentual aumentou substancialmente, diz Berenstein. As três marcas, somadas, fazem 100 mil entregas por semana.
Entrevista | Pierre Berenstein, presidente da Bloomin’ Brands no Brasil
Qual a importância do mercado de Santa Catarina para o Outback e o grupo?
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Santa Catarina é bastante importante e a prova disso é a nossa expansão neste ano. Vão ser três novos restaurantes. Já inauguramos o primeiro no Continente (Shopping, em São José), agora inaugura no I Fashion (outlet em Tijucas) e depois em Joinville (Garten Shopping), mais do que dobrando a nossa participação no Estado. Isso comprova a importância da região dentro da estratégia no Brasil da corporação.
Algum outro mercado de Santa Catarina está no radar?
Vários outros mercados estão no radar no nosso plano de longo prazo e a gente vai fazendo o investimento ano após ano. Assim que tivermos novidades vamos compartilhar.
Como o grupo se saiu em meio à pandemia? O que mudou na gestão do negócio?
É claro que a pandemia é algo que ninguém sabia exatamente o que aconteceria. Gerou uma grande transformação na companhia. Desenvolvemos um grande negócio de delivery (Aussie Grill) em todos os nossos restaurantes, o que gera semanalmente mais ou menos 100 mil pedidos, fora a continuidade da expansão dos nossos restaurantes físicos. Então a gente sai muito mais forte, mais consolidado como marca, e comprovando o crescimento e a aposta de longo prazo da Bloomin’ Brands no Brasil.
Ainda vivemos um período turbulento de economia com inflação pressionando custos. Qual a estratégia para a preservação de preços na ponta?
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Esse é exatamente o nosso trabalho. É claro que com o ciclo inflacionário como a gente enfrenta, os repasses de preços acontecem. Mas temos economia de recursos, aplicando novas tecnologias nos restaurantes, substituindo lâmpadas por LEDs, reutilizando água, trabalhando a redução do desperdício, técnicas construtivas e obviamente pensando sempre em ser mais eficiente. Sem abrir mão da qualidade e do nosso padrão Outback, Abbraccio e Aussie Grill, a gente tem uma política de mitigação através de toda essa reengenharia para repassar o menos possível a inflação para o consumidor (o último repasse, em fevereiro, foi de menos de 3%).
Qual o segredo para o Outback ser tão desejado pelos consumidores ao ponto de os restaurantes sempre terem filas?
O segredo, desde o nosso nascedouro, começa em ter uma cultura muito forte, um sócio-proprietário dentro do restaurante garantindo que a experiência, o nosso atendimento, a nossa hospitalidade aconteçam em toda as visitas que as pessoas fazem. E a nossa consistência de execução nesses últimos 25 anos. Temos certeza absoluta que vamos ter uma continuidade de crescimento nos próximos, pelo menos, 50 anos no Brasil.
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