O presidente da Acib, Avelino Lombardi, recorreu a palavras do jurista, advogado e diplomata Ruy Barbosa ao encerrar o seu discurso de posse para novo mandato à frente da entidade, em cerimônia realizada na noite desta segunda-feira: “quem não luta pelos seus direitos não é digno deles”.

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A frase resume o que foi o pronunciamento e também é um reflexo da postura de Lombardi nos dois primeiros anos de gestão na Associação Empresarial de Blumenau. O discurso chega a ser repetitivo, mas soa como estratégia martelá-lo até que o objetivo final seja enfim alcançado: juntar forças para pleitear os investimentos e o atendimento das demandas locais, uma forma de compensar um, segundo ele, desprestígio junto às forças políticas.

— Os poderes constituídos continuam sem nos dar a devida atenção — reclamou Lombardi, lembrando uma vez mais, como tem sido praxe, que o Vale representa 30% do PIB catarinense.

A composição da mesa de autoridades era um retrato claro da baixa representatividade da cidade no novo cenário político pós-eleições de 2018. Em 2017, quando Lombardi assumiu a Acib, lá estavam o então senador Dalirio Beber e o deputado federal João Paulo Kleinübing. Desta vez, sem representantes diretos em Brasília, o nome de maior peso era o do coronel Araújo Gomes, comandante do Colegiado Superior de Segurança Pública de Santa Catarina.

Também marcaram presença o número dois da secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável do Estado, Amândio João da Silva, próximo do empresariado local por já ter presidido a associação de Rio do Sul, o deputado estadual Ricardo Alba (PSL) e Alaor Tissot, representando a Facisc. Entre as autoridades locais, o prefeito Mario Hildebrandt e o presidente do Conselho Deliberativo da Acib, Carlos Tavares D’Amaral.

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Carlos Moisés (PSL) foi convidado para a cerimônia no início do ano, mas não apareceu – o que não surpreendeu. Ele estava, justificou Amândio, em um evento em São Paulo que discutia parcerias público-privadas. A ausência não passou batida no discurso de Lombardi.

— É preciso governar com a comunidade. Não dá para governar de Florianópolis — alfinetou.

Enérgico quando o assunto é a baixa representatividade local no cenário político, em especial o federal, Lombardi fez um mea-culpa: admitiu que embora um dos principais focos de sua gestão seja a construção de uma unicidade em torno das prioridades regionais, ainda é preciso evoluir muito. Chegou a afirmar que “é difícil eliminar algumas vaidades”.

O líder empresarial ainda convocou a classe produtiva a “entrar em campo” para combater a “letargia” do poder público. Defendeu a aprovação das reformas da Previdência e tributária e do pacote anticrime do ministro Sergio Moro. E fincou uma vez mais a bandeira da BR-470 como prioridade regional número um.