Blumenau não foi a única cidade afetada pelas demissões em massa da indústria têxtil Coteminas. Ao todo – somando as pouco mais de 700 baixas na unidade catarinense –, 1.709 funcionários da companhia em todo o Brasil receberam a conta desde julho. Os desligamentos também atingiram trabalhadores das fábricas de Montes Claros (MG), sede da empresa, e João Pessoa (PB).
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A própria Coteminas confirmou o número ao divulgar, na última semana, as demonstrações financeiras de 2022, que estavam atrasadas. Os cortes, feitos ao longo de um período de 90 dias, atingiram 28% da força de trabalho da empresa, que depois das demissões passou a ter 4.272 funcionários no país.
No balanço, a companhia alega que o enxugamento ocorreu em um contexto de “reestruturação de seu plano de negócios”. As demissões, acrescenta a Coteminas, foram negociadas com os respectivos sindicatos dos trabalhadores. Os custos com multas e benefícios acordados somam cerca de R$ 43 milhões, a serem pagos em até 12 vezes.
A Coteminas fechou o último ano com receita operacional líquida de R$ 1,52 bilhão, tombo de 31% em relação ao resultado de 2021 (R$ 2,21 bilhões). O prejuízo líquido foi de cerca de R$ 670 milhões.
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Shein
Ao divulgar as demonstrações financeiras, a Coteminas lembrou do acordo firmado em abril com a Shein para que 2 mil de seus clientes confeccionistas passem a ser fornecedores da gigante asiática, que mira o mercado da América Latina. A parceria também prevê um contrato de exportação de produtos para o lar e financiamento para capital de trabalho.
Segundo a companhia, o acordo garantirá recursos suficientes à empresa, em forma de empréstimos conversíveis em ações e com único vencimento para três anos, destinados à recomposição do capital de giro.
Coteminas e Shein já iniciaram uma produção conjunta no Rio Grande do Norte, mas por enquanto ainda não há nada oficial sobre uma eventual parceria entre as empresas na fábrica instalada em Blumenau no bairro Garcia.
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