O pontapé inicial da revitalização da Rua Curt Hering, na manhã desta segunda-feira (4), não apenas muda a rotina do trânsito em parte da região central de Blumenau. Na prática, a obra também resgata um projeto chamado Centro Vivo. Para quem não se lembra, trata-se de um estudo encomendado por entidades ligadas ao comércio, construção civil e setor imobiliário – leia-se Sindilojas, Sinduscon e Secovi – apresentado pela primeira vez em 2015, ainda na gestão Napoleão Bernardes (então no PSDB).

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Sob a justificativa de que era preciso dar mais vida ao Centro da cidade, descolando da região o rótulo de um mero destino de trabalho, o grupo elaborou uma proposta sustentada em três eixos: moradia, lazer e comércio. A partir dela, a ideia era promover uma série de intervenções na área entre a atual sede da prefeitura e o Biergarten, no início da Rua XV de Novembro. Uma das telas da apresentação em PowerPoint divulgada na época resumia o objetivo: “requalificação urbana para o fortalecimento do centro da cidade, tornando-o mais agradável, humano e economicamente competitivo”.

Desde então, imagens e um resumo geral do projeto integraram uma exposição que passou por locais de grande circulação de pessoas – supermercados, rodoviária, faculdades e prefeitura estão nesta lista –, sempre com a meta de levar a ideia ao maior número possível de blumenauenses. O Centro Vivo não chegou exatamente a virar uma grande pauta da cidade, ficando mais restrito ao meio econômico, mas esses esforços ao menos serviram para que a proposta não caísse em total esquecimento como tantas outras.

A largada de 2021 retoma a discussão. As máquinas na pista da Curt Hering são um sinal de que o projeto não se limita mais ao papel. Pelo cronograma, dividido em quatro lotes, tudo deve ficar pronto entre o fim de junho e o início de julho. Nesta mesma região central, concessões do restaurante Frohsinn, do Museu da Cerveja e da praça Dr. Blumenau, já encaminhadas, além da Praça da Estação, em vias de ser concluída, darão outro dinamismo ao turismo local. Elas não estão diretamente vinculadas ao Centro Vivo, mas na prática representam a mesma essência. O nome aqui é mera questão de detalhe.

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Um dos maiores entusiastas da iniciativa, o empresário Emilio Schramm, presidente do Sindilojas, admite que tudo demorou mais tempo do que o desejado para começar a acontecer, mas está animado. Cobra, agora, uma atenção maior para o Centro Histórico. Naquela região, a Câmara de Vereadores apresentou em setembro de 2019 um projeto para a construção de uma sede própria integrada a um parque ciliar. O então presidente da Casa na época, Marcelo Lanzarin (hoje no Podemos), diz que a ideia está mantida e que já trabalha para retomar a pauta junto do novo chefe do Legislativo, Egídio Beckhauser (Republicanos).

O secretário de Turismo, Marcelo Greuel, lembra que, dentro do pacote de concessões, o município deu prioridade às áreas públicas de lazer – ele ainda inclui a reforma da Prainha na relação – da região central. Não foi necessariamente para atender a uma demanda do Centro Vivo, mas no contexto da proposta a decisão veio a calhar.

— Nós queremos fazer uma bolha de turismo que vem da Rua Itajaí, ali do Frohsinn, até a Vila Germânica, para que as pessoas possam curtir o centro da cidade — diz.

A concessão do Mercado Público e a construção do Centro de Convenções, que enfim devem avançar em 2021, contribuirão para a proposta. Segundo Greuel, também deve aportar em breve na prefeitura a proposta de manifestação de interesse (PMI) que prevê a construção de um teleférico entre o Frohsinn e a Prainha. São ideias que se não forem engolidas pela bucoracria e promessas vazias têm tudo para dar uma cara completamente diferente ao Centro da cidade até o final desta década que se inicia.

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