Mário Hildebrandt (Podemos) surpreendeu um total de zero pessoas ao declarar apoio a Jorginho Mello (PL) no segundo turno da eleição para o governo de Santa Catarina. As circunstâncias do jogo político já tornariam natural a escolha pelo senador, candidato de Jair Bolsonaro (PL), em detrimento a Décio Lima (PT).
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O prefeito de Blumenau é eleitor fiel do presidente, comunga da mesma visão liberal na economia e conservadora nos costumes e não faz muita questão de esconder suas diferenças com a esquerda – embora já tenha integrado as fileiras do PSB, partido que hoje compõe a chapa de Lula (PT) com Geraldo Alckmin candidato a vice.
Só esses fatores já justificariam a adesão à campanha de Jorginho. Mas para além disso, Hildebrandt recebeu do candidato liberal, caso eleito, a sinalização de um governo municipalista. Na prática, isso sugere a garantia de que compromissos financeiros e de obras assumidos ou encaminhados durante a gestão Carlos Moisés (Republicanos) sejam mantidos. Era o que ele queria ouvir.
Foi a proximidade do governo do Estado com a prefeitura que fez a relação de Hildebrandt com Moisés mudar da água para vinho. Eles não se bicavam, mas a história virou quando o governador abriu os cofres e começou a despejar dinheiro nos municípios via Plano 1000. A irrigação de recursos fez o prefeito apoiar e virar cabo eleitoral do candidato à reeleição, ao ponto de ser o responsável por aglutinar outros gestores municipais ao projeto.
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Ao abraçar o atual governador, Hildebrandt justificou o gesto como “gratidão”. Com Moisés fora do páreo, o prefeito tem o caminho aberto para apoiar aquele que, pelo alinhamento de discurso, talvez teria sido a sua primeira opção de voto.
Legado
O governo Moisés deixa encaminhados recursos para pelo menos 19 obras em Blumenau, entre construção de pontes, reforma da Vila Germânica e compra de imóveis. Também há os convênios firmados para a revitalização da margem esquerda, reforma no Aeroporto Quero-Quero e construção do Centro de Convenções.
A dúvida que fica é sobre o Complexo do Sesi. Embora a venda já tenha sida aprovada pela entidade em Brasília, os recursos para a compra por enquanto são apenas uma promessa verbal do governo do Estado. Ainda não há convênio assinado.
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