Um dos setores que mais “bombam” em Santa Catarina também já começa a sentir os efeitos do tarifaço de 50% imposto pelos Estados Unidos ao Brasil, mesmo sem ser um grande exportador. O mercado imobiliário de alto padrão está lidando com um efeito colateral indireto da medida. Muitos dos compradores de apartamentos de luxo à beira-mar vendidos a preços altíssimos têm negócios ligados à indústria de transformação e ao agro, dois segmentos fortemente impactados pelo aumento das alíquotas.
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O corretor Bruno Cassola, um dos campeões em vendas de imóveis de alto padrão na região de Balneário Camboriú, onde fica o metro quadrado mais caro do Brasil, diz que a instabilidade está fazendo com que alguns investidores pisem no freio. As compras não deixaram de acontecer, mas há casos de quem está adiando o negócio diante das possíveis perdas em outras atividades. O agro, por exemplo, que exportou US$ 82 bilhões no primeiro semestre do ano no Brasil, representa 30% da demanda da região.
Cassola diz que alguns produtores querem avaliar melhor os próximos passos antes de efetivar uma negociação. Para ele, é natural que, diante deste cenário, haja cautela, o que pode resultar em queda no volume de investimentos. Apesar disso, o especialista avalia que, se a demanda desaquecer demais, há também uma janela de oportunidade, com a possibilidade de negociações por preços melhores.
As cidades de SC com mais imóveis vendidos em 2024
Fonte: GeoBrain
— Estamos em uma região privilegiada e nosso mercado é dinâmico. Não estamos a ver navios e o desejo de ter um imóvel de luxo ainda existe — diz.
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Para Cassola, imóveis são ativos que podem servir de escudo contra inflação, juros e fatores externos, como o aumento das tarifas. Por isso, na avaliação do especialista, continuam representando um tipo de investimento mais seguro, sem perda no valor do bem. Em Balneário Camboriú, por exemplo, alguns apartamentos de alto padrão chegam a valorizar até 30% ao ano.
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