Sem dinheiro entrando no caixa desde que o transporte coletivo de Blumenau foi suspenso por decreto estadual, no dia 17 de março, a Blumob apresentou no dia 4 de maio uma lista de sugestões à prefeitura e à Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí (Agir) para compensar um prejuízo mensal de quase R$ 6 milhões provocado pela paralisação. As medidas constam em um ofício obtido pela coluna por meio da lei de acesso à informação.
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Entre elas, por exemplo, estão a redução, quando o serviço for retomado, das operações aos sábados e suspensão total aos domingos. Além da menor demanda, a Blumob alega no documento que as movimentações nestes dias são predominantemente à lazer e “para finalidades que podem ser evitadas”, considerando que o transporte coletivo, neste momento, não deve ser visto como um estímulo contrário às medidas de isolamento social.
A empresa também pede que nesse período inicial de retorno o transporte seja feito, de forma prioritária, com veículos da categoria leve, que são a maioria na frota. A ideia é restringir os ônibus da categoria pesados especiais, aqueles mais compridos, usados em linhas troncais de maior demanda, e que consomem mais combustível. Outra proposta é a suspensão temporária dos serviços de GPS e Wi-Fi. Além de também reduzir custos, seria uma maneira de impedir que as pessoas usassem o ônibus apenas para se conectarem à internet.
Somadas às medidas relacionadas à circulação dos ônibus, a Blumob reivindica que não seja mais obrigada a fazer a vigilância patrimonial dos terminais – alega que não houve registro de ocorrência significativa em quase três anos de operação – e pede que o município assuma as despesas de água e luz dessas estruturas.
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A Blumob propõe ainda que não seja obrigada a contratar seguro para terceiros. No ofício, a empresa diz que “adota postura contínua e rigorosa de, diante de ocorrências com terceiros e passageiros, quando de sua responsabilidade direta ou objetiva, assunção dos custos e liquidação dos temas de forma extrajudicial”. A concessionária acrescenta que a apólice só foi acionada em casos pontuais.
A empresa sugere ainda que o município revise a obrigação e busque soluções alternativas para a operação do BluFácil, destinado a passageiros com dificuldades severas de locomoção. O serviço, segundo a empresa, tem um custo alto, com impacto na tarifa.
Por fim, a concessiária propõe que a central de atendimento funcione somente de segunda a sexta-feira e pede a postergação dos prazos de investimentos na estrutura definitiva de garagem, com projetos e demais etapas sendo mantidos. E que a operação leve em conta um déficit de mão de obra dos funcionários que se enquadram nos grupos de risco — 9% do quadro total.
Todas as alternativas ajudariam, no entendimento da Blumob, a reduzir custos, considerando que o transporte coletivo será retomado com restrições de circulação – as regras serão divulgadas pela prefeitura nesta sexta-feira (5). Haverá demanda bem menor de passageiros – em algumas cidades, a queda, segundo a empresa, chega a 80% –, já que as aulas seguem suspensas, muita gente continua trabalhando em home office e outras tantas continuarão sem usar os ônibus, temendo contaminação.
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Vale lembrar que se tratam de sugestões, e isso não significa que todas serão atendidas. A prefeitura de Blumenau instituiu um comitê para avaliar a situação, que também é monitorada pela Agir. A coluna procurou a Blumob, que disse que não iria se manifestar sobre o assunto, e o município, que ainda não deu retorno.
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