De passagem por Blumenau na última semana, quando visitou as obras do Centro de Inovação da cidade, o novo diretor-superintendente do Sebrae-SC, Carlos Henrique Fonseca, bateu um rápido papo com a coluna.
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Que tipo de papel a inovação terá na nova gestão do Sebrae?
Uma das nossas bandeiras é fomentar o empreendedorismo, não só na escola fundamental, no ensino médio e nas universidades, mas incentivar cada vez mais e potencializar o nosso ecossistema, fortalecendo a tríplice hélice – academia, governo e o setor produtivo –, fazendo esse intercâmbio. Já conversamos com a Secretaria de Desenvolvimento (Sustentável, do Estado) e nos colocamos à disposição para ocuparmos esses habitats. Ou seja, qualificarmos as empresas e ajudar na potencialização do uso desses espaços para o desenvolvimento do empreendedorismo. E mais do que isso, nós temos que levar as startups para desenvolver e inovar o nosso pequeno negócio. O grande desafio é aproximar esses dois mundos: o das startups e o das empresas convencionais, agregando valor, processos e produtos.
Uma das iniciativas muito bem-sucedidas do Sebrae é o programa StartupSC (que ajuda a desenvolver startups). Há alguma ampliação ou novidade para ele a partir deste ano?
Com certeza. Vamos potencializar e levar para todas as regiões do Estado, principalmente onde teremos os 13 centros de inovação do governo. Temos que ajudar a desenvolver esses empreendedores junto com as universidades e levar o StartupSC para ocupar esses habitats com as vocações locais. Obviamente que cada região tem a sua vocação. Precisamos de soluções tecnológicas para apoiar e desenvolver a economia dessas regiões.
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Já há calendário definido de novas cidades que receberão o programa?
Vamos trabalhar com a expansão principalmente onde já existem os centros (de inovação), mas não temos limitação. Todas as cidades em que for necessário, vamos potencializar, para levar junto com os demais parceiros, a Acate (Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia), as associações comerciais e industriais e as universidades. Ou seja, potencializar esse programa e dar uma escala maior em nível de Estado.
A possibilidade de corte no Sistema S afetou o seu planejamento? Como isso pode interferir nas ações do Sebrae a partir deste ano?
O Paulo Guedes (ministro da Economia) tem falado muito de corte de 30% a até 50% do Sistema S. É óbvio que um corte nessa magnitude vai afetar. Mas estamos nos preparando, buscando revisar o nosso orçamento de 2019, reduzir onde é possível a alocação de recursos, criar um fundo para apoiar novos projetos e, cada vez mais, trabalhar em parceria. Os nossos clientes são os mesmos, da indústria, do comércio, da agricultura. Todos os atores que atuam no desenvolvimento das empresas precisam trabalhar em parceria e juntos fazer muito mais com menos. Esse é o nosso papel, nunca diminuir atendimento, pelo contrário, ampliar, nos tornarmos mais eficientes e passar por uma transformação. Assim como as empresas precisam se atualizar e se transformar, o Sebrae precisa se reinventar, se for necessário. A transformação digital é essencial para ganhar escalabilidade e se aproximar do cliente através de soluções mobile e das tecnologias das mais diversas possíveis. Ou seja, aproveitar esse ecossistema de Santa Catarina, que é o que mais cresce em nível nacional, para que as startups também tragam soluções para que a gente possa cumprir a nossa missão com mais tecnologia, maior escala e menor custo.