Um spoiler da programação do Natal em Blumenau 2022, divulgado nesta semana pela prefeitura, revela um objetivo ambicioso. Ao prometer “a maior área coberta com temática natalina do Brasil”, a Secretaria de Turismo e Lazer deixa clara a intenção de consolidar a cidade como um dos principais destinos turísticos do país para esta época do ano. E mesmo que o discurso oficial trate de evitar comparações, a meta é fazer frente ao Natal de Gramado (RS), referência no assunto. Não necessariamente superar ou ser maior do que o evento gaúcho, mas tornar-se alternativa a ele.
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— Ninguém vai no mesmo evento de Natal sempre — entende o secretário Marcelo Greuel, que admite que Gramado é fonte de motivação.
Se dentro de 11 meses a Covid-19 permitir – a pandemia já tratou de derrubar muitas previsões de que estaria próxima do fim –, a ideia dos organizadores é ampliar a programação dentro da Vila Germânica. Os setores 1 e 2 se somariam ao Biergarten como palco de atrações, totalizando 20 mil metros quadrados de área natalina. Com a área externa, seriam 30 mil metros quadrados dedicados ao Natal, que mais uma vez começará na primeira quinzena de novembro (dia 11) e se estenderá até janeiro (dia 6).
Além de manter as atuais atrações – Mercado de Natal, pista de patinação no gelo, oficinas, parque de diversões e experiências com neve –, há novidades no radar. Entre elas, uma mini-fábrica de cristais, a ser montada em parceria com a empresa Mozart, e um palco para apresentações de dança, teatro e música erudita, além do retorno dos desfiles na Rua Alberto Stein. Internamente, avalia-se até a possibilidade de os pavilhões adicionais terem praça de alimentação. Seria uma alternativa aos restaurantes do empório, que ficaram pequenos em muitos fins de semana e em alguns casos registraram fila de espera de mais de uma hora.
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Fora do alcance do complexo, a revitalizada Rua Curt Hering também deve ganhar desfiles. As apresentações das Cantatas de Natal não ficariam restritas à prefeitura e seriam levadas a outros locais da cidade. Escolas nos bairros também devem ter novas atrações. Novidade na edição de 2021, o Show das Águas, no Rio Itajaí Açu, será triplicado de tamanho. E pode ser instalado na Prainha, se até lá as obras de revitalização do espaço ficarem prontas.
A área de lazer na curva do rio, aliás, é vista pela Secretaria de Turismo como importante agregadora na programação, assim como as novas praças da Estação e Dr. Blumenau e o Frohsinn, todos previstos para serem entregues em 2022. A conferir se o cronograma dessas obras será cumprido.
Dentro da prefeitura, a edição 2021 do Natal é considerada um sucesso absoluto. A conjuntura, é verdade, favoreceu. O evento aconteceu numa janela de relativa tranquilidade da pandemia, com vacinação avançada e números baixos de transmissão do vírus. Também preencheu uma lacuna deixada pelo cancelamento da Oktoberfest – demanda reprimida – e acabou de certa forma compensando a a não realização da Sommerfest.
A ampliação das atrações já estava nos planos. A avaliação é de que é preciso aproveitar a boa exposição que a programação teve, inclusive nacionalmente. Mesmo que ainda não seja a hora, as comparações com Gramado inevitavelmente virão.
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Objetivo é ter um “Natal que se paga”
Greuel insiste na tecla de que o Natal tem potencial semelhante ao da Oktoberfest. Embora a prefeitura não consiga mensurar o público – ao contrário da festa de outubro, não há controle do fluxo de pessoas – e tampouco o impacto na economia, algumas percepções corroboram a tese. Lojas e restaurantes da Vila Germânica tiveram semanas de faturamento alto e hotéis comemoraram os altos índices de ocupação no período. Tanto que, a pedido de empresários do ramo, a decoração natalina de 2021 foi estendida por quase uma semana além do previsto.
O secretário acredita que dentro de dois ou três anos o Natal em Blumenau possa ter autossuficiência financeira, assim como a Oktoberfest. Ou seja, com geração de receitas suficientes para cobrir todas as despesas. Inclusive já há conversas com patrocinadores. Até lá, no entanto, o investimento será maior.
— O Natal é caro, mas está claro que ele tem um retorno fantástico para a economia, para o marketing e para o turismo da cidade — atesta Greuel.
O município trata de montar um estoque próprio de decoração. A confusão na prestação de contas do evento Magia de Natal de 2019 fez com que a Associação Blumenauense de Turismo, Eventos e Cultura (Ablutec), até então responsável pela organização, entregasse parte do acervo da entidade, com o qual o município esperava contar, a uma empresa para pagamento de dívidas.
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