Ao anunciar, no fim de maio, que bateria o martelo sobre o futuro da Oktoberfest apenas em agosto, a prefeitura de Blumenau ganhou tempo, e o secretário de Turismo e Lazer, Marcelo Greuel, um pouco de tranquilidade. O “vai ter festa?” não sumiu do mapa, mas a pergunta já não é feita com a mesma frequência – pelo menos por enquanto.

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Em meio à pandemia, a secretaria avalia cenários em tempo real e estuda alternativas. Se a decisão pela realização fosse tomada hoje, a festa, claro, não teria o formato que conhecemos, com pavilhões lotados. 

Uma das opções estudadas é fazer algo menor, ao ar livre, na área externa da Vila Germânica. Proposta semelhante à adotada na Sommerfest deste ano, com gente sentada em mesas e atendimento com garçons, também é analisada. Nada definido, mas também nada descartado.

Em todo caso, se houver condições para a realização, pode ser que o evento nem mesmo se chame Oktoberfest, para preservar o formato que a consolidou. Mais uma vez: nada fechado e nem descartado.

Entre projeções e especulações, por outro lado, a possibilidade real de Blumenau não contar com a sua mais visada e rentável atração turística em 2020 acendeu um sinal de alerta, que acabou acelerando iniciativas amarradas pela burocracia. 

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Não é coincidência que os primeiros quatro projetos do pacote de concessões da prefeitura – Frohsinn, Museu da Cerveja e praças Victor Konder e Dr. Blumenau –, que devem ter os editais de licitação lançados em julho, sejam relacionados ao setor de turismo e lazer. Para Greuel, a cidade precisa criar alternativas no segmento:

— Não podemos ser reféns da Oktoberfest.

Novo turismo (1)

Na passagem por Blumenau na última semana, o ex-ministro e atual secretário de Estado de Turismo de São Paulo, Vinicius Lummertz, disse em conversa com empresários que o segmento precisará ser “racionalizado” com a pandemia. Ele defende tributação menor como forma de incentivar a atividade. Citou como exemplo a decisão do estado paulista de reduzir, em 2019, a alíquota do ICMS sobre a querosene da aviação de 25% para 12%, diminuindo significativamente os custos dos voos.

Novo turismo (2)

A medida provocou uma renúncia fiscal de cerca de R$ 200 milhões, o que inicialmente não foi visto com bons olhos pela equipe econômica, admitiu Lummertz. Mas ao exigir como contrapartida que as companhias aéreas disponibilizassem novos voos e destinos, a quantia, segundo Lummertz, começou a ser recuperada com maior número de visitantes. Com isso, o trade turístico viu o movimento crescer 5%.

Aliás

Com restrições a voos internacionais, crise econômica e mais gente com medo de viajar para fora, a retomada do turismo será sustentada pelo visitante regional.

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