O nó financeiro que ameaça parte dos serviços de alta complexidade atendidos pelo SUS no Hospital Santa Isabel, de Blumenau, ainda parece estar longe de ser desatado. Na passagem pelo Centro Empresarial da cidade nesta segunda-feira (25), a convite da Acib, o secretário de Estado da Saúde, Diogo Demarchi Silva, reiterou mais de uma vez que há conversas em curso para resolver o impasse.

Continua depois da publicidade

Entre na comunidade exclusiva de colunistas do NSC Total

O secretário reforçou também que governo não considera a possibilidade de descontinuidade de especialidades como oncologia, cardiologia e neurologia, os mais deficitários segundo a gestão do Santa Isabel. Falou em elaboração de estratégias para estancar a sangria, mas não deu muitos detalhes sobre o plano de ação. Com uma boa dose de sinceridade, por outro lado, tratou de não criar expectativas de que a situação será resolvida da noite para o dia.

— Não existe bala de prata para um problema de 40 anos — disse o secretário, em alusão à histórica defasagem da tabela do SUS, cujos repasses não são suficientes para cobrir as despesas da alta complexidade.

Apesar disso, algumas medidas mais concretas já estão sendo encaminhadas. Os atendimentos de oncologia do Santa Isabel, disse Silva, devem ser absorvidos pelo Santo Antônio de forma gradativa, sem prejuízo aos pacientes da região. À coluna, o secretário revelou ainda que o Estado tem uma proposta pronta para apresentar à Rede Santa Catarina, que administra o hospital, em uma reunião marcada para a próxima sexta-feira (28).

Continua depois da publicidade

Detalhes dessa proposta ainda não foram divulgados, mas a coluna apurou que seria algo paliativo, para contornar a situação pelo menos até o restante de 2024. A estratégia é ganhar tempo na busca de uma solução definitiva no médio prazo. Se vai funcionar, o tempo dirá.

Na lista das melhores unidades de saúde do país, o Santa Isabel vem alertando para o problema da defasagem financeira de serviços de alta complexidade desde dezembro de 2022. Para este ano, o déficit projetado está na casa dos R$ 50 milhões. O hospital chegou a anunciar que encerraria procedimentos de oncologia, neurologia, cardiologia e pronto atendimento no dia 1º de julho. O prazo foi prorrogado até o final do próximo mês.

— Não é interesse do município, tampouco do Estado, que o Hospital Santa Isabel deixe de prestar assistência aos usuários do SUS. Estamos em conversas estreitas para que se busque a melhor estratégia para manutenção do serviço — diz a secretária municipal de Saúde, Jaqueline Mocelin.

O prefeito Mário Hildebrandt lembrou na reunião que o município vem aplicando 25% do orçamento na área da saúde, bem acima do mínimo de 15% exigido pela Constituição. Embora boa parte vá para a atenção básica, a prefeitura repassa, anualmente, cerca de R$ 9 milhões para ajudar a custear as atividades do Hospital Santa Isabel, que também tem recebido verbas de emendas parlamentares. Ainda assim, a conta não vem fechando.

Continua depois da publicidade

Quais hospitais de SC estão entre os melhores do Brasil

Fonte: The World’s Best Hospitals 2024

Leia também

Como é o passeio de trem pelo coração de uma das mais antigas empresas têxteis do Brasil

Vinícola de SC entra em recuperação judicial

“Parceira ideal” faz as contas antes de topar vaga de vice do Novo nas eleições em Blumenau

Centro comunitário e esportivo de bairro de Blumenau terá ampla reforma

Receba notícias e análises do colunista Pedro Machado pelo WhatsApp