Dois importantes setores da economia não apenas de Blumenau, mas também de Santa Catarina, acenderam o sinal de alerta após o presidente Jair Bolsonaro vetar a prorrogação, que iria até o fim de 2021, da desoneração da folha de pagamento de empresas de 17 atividades. A lista de beneficiados com a medida atualmente inclui os segmentos têxtil e de tecnologia da informação, responsáveis pela geração de milhares de empregos no Estado.

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A avaliação geral é de que o veto à desoneração aumenta a carga de impostos de empresas desses ramos e teria pelo menos duas consequências danosas para uma economia já combalida pela crise do novo coronavírus: tornaria mais cara as contratações, dificultando a reposição de vagas perdidas em meio à pandemia, e aumentaria os custos de produtos de serviços, que acabariam sendo repassados na ponta, ao consumidor final. 

— Não é hora de aumentar essa carga tributária — critica José Altino Comper, presidente do Sindicato das Indústrias de Fiação, Tecelagem e do Vestuário de Blumenau e Região (Sintex).

A entidade representa um polo têxtil com cerca de 5 mil empresas em 18 cidades do Vale do Itajaí. A crise provocada pela pandemia provocou demissões em série no setor. Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério da Economia, mostram que, só na área de costura, foram fechados 5 mil postos de trabalho em Santa Catarina entre os meses de abril e maio.

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Para Comper, no entanto, a medida pode ser um problema menor caso a sinalização do ministro Paulo Guedes, de uma desoneração ampla na folha para toda a economia, de fato se confirme.

Bem menos atingido que o têxtil, mas não imune à pandemia, o segmento de TI também está preocupado. O setor faz coro a uma série de outras atividades, entre elas a do agronegócio, que vêm criticando a medida. E também se articula em Brasília para reverter a situação.

— Já estamos trabalhando para derrubar o veto — diz João Luiz Kornely, presidente do Sindicato das Empresas de Processamento de Dados do Estado de Santa Catarina (Seprosc), que reforça que a medida pode fazer empresas enxugarem estruturas e repassarem custos.

A prorrogação da desoneração da folha de pagamento vetada por Bolsonaro era um dos dispositivos da medida provisória que permite a suspensão de contratos de trabalho e redução de jornada e salário, sancionada no início da semana pelo presidente. O clima no Congresso parece ser de fato pela derrubada do veto, segundo vem sinalizando o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

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