Se é na crise que surgem as oportunidades, uma indústria de Blumenau pode ter descoberto uma nova vocação em tempos de coronavírus. Com 12 anos de mercado, a Camargo Química, que fabrica produtos químicos para os segmentos moveleiro, metal-mecânico e da construção civil, incluiu álcool gel 70% na sua linha.
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A empresa recebeu uma autorização provisória, válida por seis meses, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fabricar um dos produtos mais disputados do momento. Com o aval do órgão federal, inverteu a lógica da fábrica. Se antes o álcool gel não era um item da linha, agora responde por 30% da operação.
Essa virada, claro, não era esperada, admite o diretor Fabio Camargo. A Camargo Química estima produzir 20 mil unidades de cinco litros por mês e disponibilizar o produto à venda para hospitais e também para o consumidor final. Antes, no entanto, empresa já se comprometeu a doar parte da produção para o Hospital Santo Antônio, de Blumenau. Álcool gel é um dos equipamentos de proteção individual (EPIs) em falta no mercado.
— A ideia dessa virada tem três fundamentos. Primeiro é manter a fábrica ativa e preservar os empregos. O segundo é por uma questão social, de colaborar de alguma maneira para preservar a saúde da população. E o terceiro é que a gente tem pensado em ajudar os autônomos com venda de álcool gel, para gerar renda — conta Fabio.
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A fábrica é pequena, com cerca de 10 funcionários, mas a empresa já estuda ampliar o quadro diante da demanda. Mesmo depois que o surto do coronavírus passar, o álcool gel tem tudo para virar produto fixo na linha. Fabio acredita que o momento atual está despertando a conscientização das pessoas sobre a importância da higienização para evitar a proliferação de doenças, o que já está provocando mudanças de hábitos.