Leis e regras existem para estabelecer a ordem social. Esses mecanismos de fiscalização do comportamento humano, para os quais muita gente torce o nariz, são por vezes falhos, é verdade, mas necessários para garantir certa harmonia na vida em comunidade. É tênue a linha que separa o livre arbítrio do caos.

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Filosofia à parte, a pandemia tem escancarado como o estabelecimento de normas de conduta é vital na árdua tarefa de diminuir a velocidade de propagação da Covid-19. O uso de máscaras é um exemplo. Bom senso e preocupação com o próximo seriam motivos suficientes para não dispensar o equipamento de proteção individual tão pedido por médicos e autoridades de saúde – que protege mais o outro do que a si mesmo. Na falta deles, cabe ao poder público, com razão, intervir. O Estado, afinal, existe para zelar pelo coletivo.

A prefeitura de Blumenau relutou, mas decidiu, afinal, punir quem não usa máscaras. A partir desta semana quem for flagrado por fiscais da Vigilância Sanitária sem o equipamento de proteção em espaços públicos da cidade será advertido. Se continuar a infringir a regra, multa de R$ 213,51.

A medida, em última análise, é um reflexo da indiferença com a vida alheia de, prefiro acreditar, uma parcela minoritária da população, embora a busca por culpados em nada ajude no momento. Tornar obrigatório e sujeito a multa em caso de descumprimento algo que protege quem está ao lado mostra que o bom senso foi derrotado.

Já estamos pagando o preço pela negligência. Os casos e as mortes pela doença continuam em ritmo acelerado, sem previsão de achatamento da curva, e o abre-fecha da economia será rotina enquanto faltarem vacina e empatia. Para aqueles que não se conscientizaram a partir do sofrimento de quem perdeu pessoas queridas, talvez só a dor no bolso seja capaz de mudar maus hábitos.

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