Coincidência ou não, o prefeito de Blumenau, Mario Hildebrandt, foi empossado presidente da Associação dos Municípios do Médio Vale do Itajaí (Ammvi) durante a 470ª assembleia da entidade, na tarde desta quarta-feira.
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Lembrado no discurso de Jean Michel Grundmann, chefe do Executivo de Benedito Novo que deixa o cargo, o fato curioso, claro, serviu de gancho para a fala de Hildebrandt, já que a duplicação da rodovia de mesmo número é a principal e mais aguardada reivindicação da região. Para ele, Blumenau precisa exercer seu papel de protagonismo e exercer a liderança na cobrança pelas pautas de interesse regional.
A coluna bateu um rápido papo com Hildebrandt logo após a cerimônia e tratou de temas que impactam especificamente o desenvolvimento econômico do Vale.
É consenso há muito tempo entre as lideranças políticas e empresariais de que é necessário um esforço conjunto de mobilização para que a BR-470 saia do papel, mas esse discurso tem mostrado pouco resultado na prática, inclusive com o orçamento para as obras diminuindo a cada ano. O que fazer de diferente desta vez?
Na realidade, o pouco resultado que está aí é fruto de muita cobrança, de muito envolvimento de prefeitos, deputados e senadores. Há a necessidade de que tenhamos, politicamente, esse reconhecimento. Em especial dos governos do Estado e federal, até pelo resultado que as urnas demonstraram aqui. Não temos muita coisa além disso a fazer: é cobrar, cobrar e não cansar de cobrar. Enquanto prefeitos, temos a oportunidade de congregar (na região da Ammvi) mais de 700 mil pessoas, sem considerar as do Alto Vale e que vêm do Oeste do Estado e que também precisam da BR-470. Quando falamos em duplicação, não falamos só no término (da obra) em Indaial. Temos que continuar debatendo, inclusive, a concessão. As duas coisas têm que caminhar em conjunto. Quando terminar a duplicação, a concessão tem que estar pronta e já executada para que a gente possa atender a demanda da nossa comunidade.
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O senhor cita Brusque como exemplo da cidade que, pelo fato de ter uma ligação duplicada até a BR-101, teve um retorno de ICMS maior em comparação a outros municípios da Ammvi. Há algum levantamento da entidade em relação ao que a região perde com a não duplicação?
Há uma constatação nos últimos anos com as dificuldades encontradas na BR-470. Isso esbarra no decréscimo ou na estagnação do retorno do ICMS, tanto na prefeitura de Blumenau como na maioria dos municípios da região. Alguns municípios pequenos tiveram um crescimento, mas isso se explica por uma ou outra empresa pontual que se instalou naquela cidade. Isso se constata ainda, por exemplo, quando recebemos grandes empresários dispostos a investir na região. Eles dizem que temos ótima mão de obra, ótima estrutura, ótima perspectiva, mas temos uma péssima ligação com a BR-470.
O senhor fala em desenvolver ações integradas na área do turismo nos municípios da região. Qual o plano?
O plano é que a gente possa ter uma reunião, e inclusive tenho falado isso com o secretário Ricardo (Stodieck, titular da pasta de Turismo e Lazer em Blumenau), mais consistente com os prefeitos e os secretários de turismo para delinear as ações e fazer, quiçá, uma oferta de turismo regionalizado para as agências de viagens. Para que o turista venha aqui no Magia de Natal (em Blumenau) e sinta interesse em ir para Timbó ou Indaial. Ou vice-versa, quem vai para Pomerode ver a maior árvore de Páscoa tenha o interesse de vir a Blumenau assistir o nosso desfile de Páscoa, que também vamos ter. É dentro dessa linha. Há várias outras ações que podemos congregar e fortalecer em conjunto.
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