Na maré revolta que é a pandemia para a maior parte da economia, o setor náutico navega em céu de brigadeiro. Com a necessidade de isolamento imposta pelo coronavírus, embarcações viraram um refúgio para os endinheirados, contribuindo para que as vendas do segmento subissem 30% em 2020, segundo a Associação Náutica Brasileira (Acatmar). E o comércio varejista de peças e artigos para barcos e iates pegou carona nesse crescimento.
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Em Itajaí, a Catarina Náutica acaba de inaugurar, na zona portuária, uma nova loja com produtos para manutenção de embarcações, além de itens de esporte e lazer ligados ao mar. A unidade tem pouco mais de 400 metros quadrados, praticamente o dobro do ponto anterior. É um tamanho que a torna um “shopping náutico”, garante o diretor Roberto Deschamps.
Entre construção e estoque, o investimento girou em torno de R$ 3 milhões. O espaço tem cerca de 4 mil produtos e um perfil que atende tanto o atacado, fornecendo peças, equipamentos e tintas usados por estaleiros nas construções de barcos, quanto o consumidor final. Foi uma maior demanda na ponta, aliás, que fez a empresa acelerar os planos de expansão, que já estavam previstos.
– A gente precisou ampliar por conta da demanda do consumidor final também. Com a pandemia, ele não pode viajar para o exterior. Então ele pegou o iate ou o veleiro dele e, em vez de passar o final do ano em outro país, apostou no lazer nacional, ou seja, no barco dele. Utilizando mais o barco, ele precisou de mais manutenção, mais produtos de esporte e lazer – explica Deschamps, que se inspirou em referências colhidas em feiras náuticas no Brasil e na China para tirar o projeto do papel.
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Esta foi a terceira mudança de loja – e sempre crescendo – da Catarina Náutica em sete anos de mercado. Apesar de metade das vendas serem direcionadas para estaleiros e o comércio eletrônico representar uma boa fatia no faturamento – em torno de 17% –, o ponto físico ainda é necessário para cativar a freguesia, justifica Deschamps.
Com um espaço maior, é possível expor mais produtos, explica o empresário. E também proporcionar ao visitante uma experiência mais próxima do que ele vai encontrar em alto mar. Equipamentos eletrônicos, acessórios e produtos aplicados em simulações vão dar uma dimensão de como será o barco ou a navegação.
No local ainda funciona um novo centro de distribuição. Em ritmo semelhante ao do setor, a empresa projeta crescimento nas vendas de 30% em 2021 e também já avalia aumentar o quadro de funcionários.
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